O ACIDENTE

Foi no dia 11 de outubro de 1988,exatamente as 19:15h.

No dia seguinte seria o dia das crianças. Eu e minha filha tinhamos ido a casa do meu filho para entregarmos os presentes das crianças.

Passamos horas agradaveis, ouvindo discos infantis e saimos.

Meu carro estava ótimo pois saíra de uma revisão total há dois dias.

Andei uma quadra, parei, olhei e não vi nada. Só o vi quando bateu no

meu carro, estava com a luz apagada.

Foi um estrondo horrivel!

Minha filha estava ao meu lado. Minha cabeça explodiu, ela estava desmaiada e com sangue no rosto.

Consegui abrir a porta com dificuldade. Nesse momento apareceu meu filho, que mora perto e com força que só se tem nesses momentos e abriu a porta do outro lado tirando a Leida. Segurando-a nos braços, desesperado levou-a para o hospital.

Lá chegando, ainda na porta, escorregou e caiu quase precisando ser medicado.

Enquanto que eu, no locar do acidente, desesperada, entrei no carro mais próximo e fui para a Santa Casa.

Só chorando, sem saber o que acontecera à minha filha, sem perceber que eu também estava machucada, fui informada pelo porteiro que ninguém acidentado entrara no hospital na última meia hora. Eu só queria saber da Leida e novamente fui para outro hospital (Beneficiência Portuguesa). Lá chegando, vi meu filho que aflito me esperava.

Coitadinho, estava branco e pediu-me que eu procurasse me recompor porque a Leida estava mais preocupada comigo e que, graças a Deus, ela só tinha um pequeno corte na cabeça e que levara dois pontos.

Falei com o médico e ele deu-me certeza de que ela estava bem e a razão de ter que ficar internada era o bebê, pois estava grávida de 3 meses e teria que ficar em observação por 24h.

No momento em que tive certeza que nada de grave acontera à minha filha, comecei a sentir dores horríveis nas costas e no peito. Passei a mão pela minha cabeça e foi aí que senti minha orelha estava solta e o sangue corria.

Fui engessada da cintura até o pescoço e fiz plástica na orelha.

Nada quebrei, mas fiquei com gesso por 3 dias.

Dia 12 - Fui buscar minha filha no hospital e graças a Deus o médico deu-me certeza que o bebê e a Leida estavam bem.

No momento em que preocupada com minha filha, distraí-me, tiraram de dentro da minha bolsa uma carteira com todos os documentos e o último dinheiro, além de ter sumido do dedo da Leida o seu anel de brilhante.

Acredito que 11 de outubro de 1983 tenha sido o meu dia de sorte.Pouca gente tem a sorte de poder trocar um carro, um anel, uma carteira com documentos e algum dinheiro por sua vida. Foi barato demais. Um milagre!

O carro partiu ao meio, os vidros quebraram todos, a parte do painel veio para a frente, o banco virou e a porta entrou.

Como saímos dele é inexplicavel, e é inacreditavel que não tenhamos marcas de vidro no rosto, ou pernas quebradas.

Tão cedo não vou esquecer esse acidente.

Nanci Paiva
Enviado por Nanci Paiva em 13/06/2010
Reeditado em 21/04/2012
Código do texto: T2317897
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