O bilhete

O dia amanheceu nublado!

Após uma noite de tensas lágrimas, era necessário levantar e cumprir suas obrigações.

Seu coração estava tão pesado que parecia influenciá-la em erguer seu corpo, mesmo sendo escultural.

Diante do espelho, apanhou um elástico qualquer e prende seus longos cabelos. Sem perder tempo prossegue, desviando-se de suas atividades rotineiras, que seriam passar horas diante daquele espelho, se preparando para arrancar suspiros de marmanjos que dela não conseguiam desviar o olhar!

Mas aquele dia era diferente, dentro daquele olhar suave de menina mulher escondia uma grande dor.

Chegando a seu destino, ela encara olhos brilhantes de seus pequenos alunos, que não conseguem nada entender, porque a tia, que todos os dias chegava linda e sorridente, trazia tanta escuridão na alma?

O dia ia se arrastando, ela percebe sobre sua mesa um bilhete com grafias incorretas que dizia:

Tia, eu te amo, você é linda!

Segurou nas mãos e não conteve as lágrimas, parecia um recado vindo direto dos céus. Era necessário continuar, ela era importante.

Damiana Almeida
Enviado por Damiana Almeida em 07/07/2010
Reeditado em 07/07/2010
Código do texto: T2364170
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