O REI E O PROFESSOR


Parte do livro do autor: "HISTÓRIAS DE UM VIOLINO"

    Havia, num próspero país, um grande instrutor. Chamavam-no de mestre Luzir. Ele possuía um violino, 3/4, mais usado por crianças, mas Luzir gostava de tocar nele. Tinha também em sua casa uma grande biblioteca, cuja fama foi parar no palácio real.
    Diziam que na casa daquele famoso professor havia livros nunca imaginados pelo rei. Outros diziam que tal mestre viera se radicar no país para ensinar música e letras, particularmente. Tinha sua própria escola.
    O fato é que o professor foi adquirindo nome. Muitos aprendiam suas artes tornando-se pessoas aptas para exercerem seus ofícios em departamentos de ensinos por todo o país.
    Entretanto no palácio, o rei começou a se preocupar com o tal professor a ponto de mandar emissários fazer investigações. Estes, contudo, voltavam falando bem, do investigado.
    Diziam que ele era hospitaleiro e atencioso com as visitas, e de uma amabilidade sem igual. Todos que chegavam em sua casa, pobres ou ricos, eram igualmente recebidos e tratados com dignidade humana.
    Além do mais, os enviados traziam mensagens de agradecimento do sábio mestre pela atenção dispensada a ele pelo palácio. Considerava que era uma valorização de sua pessoa e poderiam transmitir ao rei a transparência de sua vida.

    Mas o rei foi se preocupando com a fama do professor até o ponto de querer ir pessoalmente conhecer tal súdito e sua casa.
    Mandou pois, avisá-lo de sua visita para tal dia, em que iria em companhia da rainha e de seus ministros, pois tinha ideais de con-versar alguns sérios assuntos com o sábio instrutor. Para tanto o rei usava enigmas para testar a inteligência das pessoas.
    Foi assim que chegou o dia marcado da visita ao ilustre professor.         Uma grande comitiva acompanhou sua majestade à mansão do erudito homem.
    Recebido com muita amabilidade, o rei logo se sentiu à vontade dentro da casa. Esta era grande, porém modesta. Logo viu numa estante, um pequeno violino.
    Observou através de uma porta que estava aberta, uma grande sala para a qual foi convidado a entrar com sua comitiva. O enorme salão, continha nas quatro paredes, prateleiras cheias de livros.
    O professor amavelmente solicitou que todos se sentassem nas macias poltronas, e pôs-se a agradecer o rei por tão valorosa visita. Nos assuntos disse-lhe o rei:

    -Minha vinda aqui foi devido à sua fama. Tem me chegado ao palácio que és o maior sábio de meu reino, por isto interessei-me em vir pessoalmente conhecê-lo.
    -Ora, majestade! Sou um simples cidadão de vosso reino. O que dizem não é verdade. Apenas gosto de ler e ensinar.
No momento, sem menos esperar, o rei estalou os dedos em direção aos livros e disse:
    -Diga-me professor , destes tens quantos que pegam?
    -De minha propriedade um total de dez, oito que com dois realizam!
    -Muito bem! diga-me: se dez, da igualdade fogem, quantos somariam com os desiguais que ficam ordenados?
    -Normalmente serão o quinto de uma centena, contando com os variáveis.
    -Entre os variáveis, qual me indicas?
    -Não o maior, porém o mais objetivo!
    -Eureka! Professor! És mesmo bamba em enigmas; teus livros tem dado-te muitas instruções, heim?
    -Ora majestade, nada melhor do que livros para instruir.
    -Sabes tocar violino?
    -Não só toco, como também ensino. A música para mim é a arte mais grandiosa!
Sabendo daquilo o rei solicitou ele que tocasse alguma melodia, o que fez, e ainda cantou poesias inéditas enaltecendo o rei, que se sentiu afagado em seu ego e agradecido com as palavras.

    -Professor Luzir - disse o rei - a partir deste momento oficializarei sua escola e condecora-lo-ei como patrono da sabedoria em meu reino. Até hoje nunca vi alguém com tanta capacidade!

    Foi assim que de um simples mestre, Luzir passou a ser o patrono do ensino naquele país.

    
Quem quiser descobrir o enígma do rei, contate Luzirmil.
Luzirmil
Enviado por Luzirmil em 24/07/2010
Código do texto: T2396614
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