Estranhos no Mesmo Ninho.

Não existia diálogo entre eles, quando havia mais parecia um monólogo.

Jantavam juntos como em um restaurante lotado, dividiam a mesma mesa tal qual estranhos.

Habitavam a mesma casa igual à visinhos recém-chegados ao condomínio, cumprimentam por educação.

Por um tempo as conversas com o único filho uniam-nos como família, só notaram quando começou a namorar e passar a quase não vir para casa, quando estava ficava no quarto com a namorada.

Sexo tinham que fazer, o corpo pedia. Ele a procurava cada vez menos, ela nem notava.

Quando a televisão quebrou, ficou cada um no seu canto do sofá sem saber o que fazer, sem ter o que dizer.

Ela pegou um livro e se pôs a ler. Ele encostou a cabeça no sofá, fechou os olhos torcendo por um outro dia logo amanhecer e poder ir trabalhar.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 04/08/2010
Reeditado em 13/02/2011
Código do texto: T2418705
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