O conto do Menestrel.

Ao chegar num pequeno vilarejo, o nobre menestrel, sentou-se ao pé de uma linda árvore que jazia há muito tempo naquele local. Acomodou seu alaúde e começou a dedilhar. Não muito tempo depois pessoas do vilarejo aproximaram-se e o rodearam.

Ao que o menestrel falou:

- Povo do vilarejo há muito não os vejo! Vim aqui dedilhar, e esta humilde ode lhes cantar. Vou começar amiúde tocar este alaúde! Vou começar a falar e uma linda estória vou contar!

Era uma vez;

Não duas, nem três;

Um sonho louco;

De tudo um pouco;

Sobre um boneco de piche;

Seu nome era Michemiche.

Este corajoso cavaleiro;

Andava com seu fiel escudeiro;

E vivia a falar;

Eu nunca vou amar!

Dragão tirava das cavernas;

E á noite nas tabernas;

Viria a descansar;

Para noutro dia voltar a batalhar.

E um belo dia um aldeão;

Clamou por nosso campeão;

- Há um bandido cruel e vil;

Que esconde a princesa em seu covil.

Esta donzela irei salvar;

E o resgate irei começar;

Ela pede por minha coragem;

Vou enfrentar esta longa viagem.

Um pequeno aldeão que escutava a estória, do menestrel, ansiosamente perguntou:

- Sr. Menestrel. Ele foi salvar a princesa?

- Sim. Pequenino aldeão. Mas, se interromper assim eu não chego no fim.

Com sua espada em punho;

E caráter talhado em nobre cunho;

Nosso herói resgatou a princesa;

Que era de uma enorme beleza.

Princesa o que aconteceu?

Estás presa desde que nasceu?

Sim, nobre herói, desde pequenininha;

E me chamam de princesa Sapinha.

Uma nobre que escutava a estória com atenção interrompeu o menestrel lhe falando:

- Eu sei o que aconteceu, o Michemiche e a princesa Sapinha viveram felizes para sempre.

Ao que o menestrel responde:

- Sei que és minha fã, oh nobre castelã, mas, a estória está longe do fim, e não termina bem assim.

No auge do lindo amor;

Michemiche não dá valor;

E resolve batalhar;

E sua jornada recomeçar.

E muito tempo se passou;

Desde que o romance terminou;

Até que num dia de verão;

Conheceu um velho sábio e resmungão;

Que atendia pelo nome de coração.

Nobre herói venha comigo!

Confie em min, meu amigo;

Vou visitar uma menininha;

Cujo nome é sapinha.

Michemiche seguiu o velho coração;

Esquecendo do fiel escudeiro á razão.

Como houve silêncio do menestrel, a platéia que o escutava, começou a protestar e falar que sua estória não tinha fim.

O bom menestrel levantou-se, olhou de soslaio para sua platéia e lhes falou:

- Se ouvirmos o nosso coração, iremos sempre em busca do nosso grande amor, e para um grande amor não existe nenhum fim...

Então ele fez uma reverência para todos os aldeões que o olhavam, virou-se com seu alaúde em mãos e partiu da mesma forma que chegou.

Hector Tadeu
Enviado por Hector Tadeu em 16/09/2006
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