DEPOIS DE TANTOS MAIS UM EXAME

DEPOIS DE TANTOS MAIS UM EXAME

Mário Osny Rosa

Jorge um jovem talentoso tinha concluído o segundo grau e prestou vestibular, para cursar direito, numa Universidade particular, pois por mais que tentasse nunca conseguiu vaga na Universidade Federal, que era o seu sonho, ele era muito esforçado e dedicado aos estudos sempre era o primeiro da turma. Desde a primeira fase até a última foi o aluno mais aplicado, não ia a festinha não queria mesmo perder seu tempo com coisas fúteis antes mesmo da hora certa, pois era de família modesta e não podia esbanjar suas economias antes da hora. Quando Jorge chegou ao final do curso com sua, brilhante, monografia sobre um assunto muito importante na atualidade. Versava sua monografia sobre os crimes digitais, que proliferam, num momento que a internet vem tomando conta de todos os meios de comunicação do mundo atual. A banca examinadora deu nota dez pelo seu trabalho, a Universidade concedeu-lhe menção honrosa por ser o primeiro aluno da turma daquele semestre. Lá vai Jorge com o seu diploma de bacharel em direito, mas sem nenhum direito, a não ser auxiliar em qualquer escritório de advocacia. Como é difícil vencer na vida num país em que o Ministério da Educação concede um titulo de bacharel, mas não o legaliza a exercer sua profissão, isso macula a cidadania da pessoa. O seu direito de exercer sua profissão esbarra em outro órgão que o impede a ter direito de exercer sua nova profissão de bacharel, pois para isso tem que prestar mais um exame, só com esse exame você vai provar que está apto a exercer sua atividade profissional. Jorge começa a pensar, que manda mais nesse país? E fica a filosofar em torno do assunto na busca de uma solução pacificadora. E pergunta aos seus botões, quem irá me ressarcir se eu não passar no dito exame? Será mesmo justo um aprovar e outro reprovar? Quem tem mais poder nesse país? E lá fica na cabeça de Jorge as perguntas sem respostas lógicas, daquilo que busca, mas Jorge vai mais além a seu filosofar. Seria mesmo possível reunir todos os bacharéis desse país nessa condição a impor uma ação de inconstitucionalidade sobre esse entrave que vem dificultando a vida dos bacharéis em direito? Estamos sofrendo o cerceamento dos nossos direitos ninguém vem em nosso socorro e, os nossos representantes o que estão fazendo, quando aprovam as leis desse país? Jorge tenta buscar uma solução, mas todas elas esbarram no tal exame, nosso amigo Jorge não encontra uma saída lógica para o seu problema, no entanto resolve prestar o tal exame, numa tentativa de buscar argumento para um futuro debate em torno do assunto. Ele sabe da dificuldade, pois as estatísticas de aprovações nesses exames em todo o país são mesmo estarrecedoras. Jorge tem confiança no curso que fez bem como na Universidade local onde colou grau. Alguns dos seus colegas fazem cursos preparatórios para prestarem os exames, ele discorda e acha que se a Universidade o preparou, para exercer sua nova profissão. Esse curso, em sua opinião são cursos de pouco valor em comparação com os cinco anos que passou na Universidade.

São José/SC, 16 de setembro de 2.006.

morja@intergate.com.br

www.mario.poetasadvogados.com.br

Asor
Enviado por Asor em 17/09/2006
Reeditado em 01/10/2006
Código do texto: T242588