O Presente Inusitado --> Saudades do meu Pai IV

(...)

O Pai fala ao filho, quando o pequeno completou o seus dez aninhos:

- Filho o que você quer de presente? Nesse dia tão mágico que é seu Aniversário.

- Um bonsai pai! O pequeno Felipe fala sorridente.

O pai toma um susto quando escuta seu pequeno filho dizer: Bonsai! Ele imaginava tudo menos Bonsai. Nem ele mesmo saberia dizer o que seria o tal do bonsai.

- Filho, um Bonsai? Não quer um boneco, um carrinho, um game, tem que ser esse Benedito bonsai?

- Sim pai! Quero esse Bendito bonsai. Não quero um bonsai qualquer, quero um Bonsai de Coqueiro, o menino falou exclamando.

O pai de Felipe coça a cabeça, olha por um instante para cima e fala:

- Sim meu filho, seu pai vai providenciar esse Lindo e bonito bonsai de coqueiro.

O pai de Felipe não queria desapontá-lo, afinal era seu filho e além disso tinha completado os seus dez anos. Ele queria sim dá algo que ele o quisesse, afinal já era grandinho e sabia o que queria.

Mas logo um bonsai? Ai meu deus do céu. Onde eu vou arrumar esse tal de bonsai. O pai fala para si mesmo em pensamentos avulsos, vendo assim o seu filho brincar de pega - pega com os amigos. Assim decidiu ir mais cedo para casa, para assim pesquisar o que seria esse tal de bonsai. O pai de Felipe tinha idéia do que seria, ele imaginaria algo como: uma árvore pequena em um jarro. Então não houve demora e pois a pesquisar na mesma noite.

(...) No dia seguinte (...)

No dia seguinte o pai de Felipe já tinha uma base do que seria um bonsai, ele pesquisou tudo: a historia, os cuidados, o cultivo, as doenças, os manuseios e ate mesmo o significado do que poderia ser o nome bonsai (árvore em vaso). Das pesquisas ele concluiu uma coisa: Que era quase impossível, isso se não: for apenas impossível de conseguir adaptar a arte do bonsai para um coqueiro. Ele ficou assim preocupado por se tratar de uma coisa difícil de dá para seu filho e ficou ainda mais surpreso com ardência do seu filho em pedir um bonsai de coqueiro. Pensou e decidiu então chamá-lo para conversar.

- Felipe, me diga uma coisa: Porque queres um bonsai de coqueiro? Falou o seu pai serio olhando nos olhos dele.

- Porque sim papai. Quero muito um bonsai de coqueiro.

- Felipe você sabe que é impossível ter um bonsai de coqueiro né? Não falte com a verdade para seu pai.

- Pai... Vou falar a verdade: Sim! Eu sabia que era muito difícil existir um bonsai de coqueiro. O pai olhou nos olhos do filho e falou:

- Filho, porque me pediu isso? Queria matar seu pai de procurar era? Sabe que seu pai tem mal tempo para viver e ainda pede algo impossível de se achar. Que brincadeira de mal gosto foi essa?

O menino abaixou a cabeça e em voz breve falou:

- Por isso mesmo papai. Queria ver o tamanho do valor que eu tenho para senhor. Queria perceber se o senhor iria perder seu tempo de trabalho para poder se preocupar com o meu presente aniversário. E só assim de alguma forma ou outra, o senhor estaria perto de mim. Coisa que nunca mais ficou para brincar comigo. Afinal o que adiantaria eu pedir um brinquedo e não poder brincar com sua presença. Ai pensei em pedir um bonsai de coqueiro, para assim de alguma forma ou outra ficar preocupado com o presente e ao mesmo tempo o senhor pensar em mim.

Em conseqüência, o pobre do Felipe limpa as lágrimas que escorrem no canto dos seus olhos e saem em passos lentos para um lado oposto do seu pai.

O pai de Felipe estava perplexo, não sabia ao mesmo dizer algo, e mal percebeu os passos do seu filho indo embora.

- Filho! Eu te amo!

O menino vira-se, com os olhos cheios de lágrimas. Assim o pai corre e dá um abraço bem apertado e fala:

Eu só tenho você. Eu te amo Felipe e saiba de uma coisa. Que mesmo se eu não achasse um bonsai de coqueiro, eu iria fazê-lo um. Tudo para mostrar o tanto que você significa para mim e que a partir de hoje meu trabalho não tenha tanta importância assim. Pois eu tenho do meu lado uma coisa mais valiosa do que um bonsai de coqueiro. Que é você!

Assim os dois se abraçaram e se cruzaram em lágrimas, para assim restaurar juntos uma nova vida.

** Elaborado pensando em meu pai. Por nunca ter faltado com a sua presença.

João Quintans
Enviado por João Quintans em 29/08/2010
Reeditado em 06/01/2012
Código do texto: T2466243
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