Flores em seus vestidos.
 
Virgínia era linda! Tinha olhos e cabelos negros invejáveis. Era filha única, tratada com muito carinho. Sempre estava bem arrumada com belos sapatos e vestidos. Seus vestidos eram brancos com flores angelicais, miosótis, rosinhas... Virgínia adorava seus vestidos. Neles ela parecia um anjo, uma Santa! Seus pais e professores a adoravam.

Esta história agora muda de rumo. Os meninos da rua e da escola também gostavam muito da Virgínia porque ela era assanhadinha. Ela ia sempre estudar na casa de algum menino ou trazia um para sua casa, para estudar. Assim que percebia que sua mãe ou a de um colega não estivesse por perto, ela atacava, no bom sentido, o coitadinho.

Na puberdade a coisa não mudou, ela continuava a usar vestidos com flores, mas agora flores do campo, não tão angelicais. Os mesmos meninos cresceram e aumentou a vontade de Virgínia atacar e ser atacada. Passou a usar vestidos com orquídeas. Ela e alguns de seus colegas, agora no segundo grau, mantinham a cumplicidade. Claro que ela se armou melhor, era prudente. E assim ela continuava porque não conseguia mudar, não podia parar, não queria. Ela adorava ser assim.

Seus pais até hoje a consideram uma Santa! Aqui entre nós, a santa do pau oco.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 01/09/2010
Reeditado em 11/01/2017
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