O Verme de Franca.
E aí, Cabrón, filho da mãe, a cervejada aí em Franca foi braba.
Foi num boteco fedorento chamado tábua mista que tudo aconteceu. Pedimos uma porção de surubim, muito saborosa, por sinal. Até o momento em que, ao disputarmos o último pedaço, vislumbramos, estupefatos, olhares esbugalhados, um verme saindo sorridente, rebolando, de dentro de nosso último pedaço de peixe.
E olha que o desgraçado do verme parecia mais uma puta desvairada, no cio, depois de ingerir três comprimidos de ecstasy.
Ficamos indignados e um rumou desesperado ao banheiro.
O garçom veio correndo e, nesse meio tempo, jorramos um vômito agridoce sobre a mesa, sobre o olhar de horror dos demais freqüentadores, atrizes e cantores de sertanojo.
Logo após saímos correndo quebrando tudo e sem pagar. A indenização viria a seguir, em caso de intoxicação ou óbito, o que não ocorreu.
Nunca mais retornamos a Franca, cidade fétida, traumatizados.
Cristiano Covas, 21.02.05.