"FIDELIDADE DUVIDOSA" Conto de Luiz de Souza

FIDELIDADE DUVIDOSA

Conto de:

Luiz de Souza

Morava em uma pequena cidade, um cidadão chamado Malaquias, apesar de sua idade já um pouco avançada, tinha uma saúde de fazer inveja a qualquer um.

Era um velho reservado conservador dos costumes que gostava de preservar o passado.

Na sua vida amorosa era homem para qualquer mulher, pois, ele dava conta do recado sem nenhum constrangimento. O senhor Malaquias fez um juramento de não querer mais companheira. Preferia ficar sozinho. Ele tinha um amigo inseparável, um rapaz honesto; não pegava nada de neguem, só tinha outro defeito, era mulherengo também. Tomava pinga, sempre atendia o o velho quando ele precisada de alguns serviços.

O Sr. Malaquias tinha muito cuidado nele e mais cuidado para não entrar no seu papo, porque o rapaz não era flor que se cheirasse, o safado era um perdido na vida. O amigo começou fazendo a cabeça do velho, porque há pouco tempo, tinha chegado uma coroa na cidade onde velho residia, coroa só no modo de falar, uma velhota no nível da idade do velho Malaquias.

Naquela cidadezinha estava faltando mulheres para fazer o movimento das noitadas, ou melhor, ela veio a convite da madame e proprietária de um pequeno cabaré. Esta mulher era reservada, exigia que todos lhes respeita-se principalmente em público e tentava conservar a tradição dos seus antepassados, ela era educada, atendia a sua clientela com ora marcada. Acima de tudo era respeitosa, tratava bem a todo mundo, não parecia ser uma mulher da vida fácil, isto era só fachada, o procedimento desta quenga chegou aos ouvidos do velho Malaquias, que já de cabeça cheia, por incentivo do amigo safado, juntou a vontade com o desejo, pediu ao malandro par fazer a união, ainda disse: Se você conseguir vou lhe dar uma boa renumeração. Com muito papo o malandro conseguiu o encontro e o velho começou a se encontrar com a tal madame. O Malaquias quando viu a mulher pensava que estava sonhando, ficou delirando e não acreditava o que estava vendo. Ela era uma galega com corpo de violão, com um metro e noventa de altura, cabelos cumpridos. Seus olhos grandes tipo mulher americana, gostava de vestido longo e tecidos finos. Só usava uma peça íntima por baixo para seu corpo ficar tremendo na hora que andava, para chamar atenção da clientela, mas, ninguém tinha coragem de dar uma cantada em público, porque ela não dava liberdade. Era um tipo de mulher que qualquer homem queria para ele. O motivo dela aceitar sair com o velho foi pensando em aplicar o golpe, não pensou duas vezes para aceitar, pois, estava sabendo que o velho Malaquias tinha uma vida equilibrada, conforme a informação do malandro. Tinha tudo para lhe dar uma posição privilegiada na sociedade.

Com poucos encontros ela juntou os trapos com o velho, foi viver uma vida de senhora. A safada atendia por santinha porque era muito calma e educada. daquele dia por diante, o velho era respeito total por ela, motivo ela ser muito bonita; mas seu Malaquias, tinha um grande ciúme por ela, fazia de tudo para não brigar com a santinha, sempre tratava com muito respeito, nunca dizia nada que desabonasse sua conduta, a respeito da sua vida.

O velho passou uma esponja em tudo que aconteceu na vida dela, foram viver uma vida nova e chamou santinha e disse:

“Você meu anjo meu amor, vou confiar em você para o resto da minha vida, nunca mais vou duvidar de você, tenho certeza que vai me respeitar por toda vida. Para mim você é a mulher mais correta do mundo”.

Tocaram a vida adiante, mas o velho sempre com uma pulga atrás da orelha confiava e não cofiava, tinha vontade de perguntar alguma coisa, mas tinha medo da reação da santinha. Com muitos anos de convivência, o velho fazendo de tudo para dar conta do recado, sexualmente, pois se tratava de um velho já avançado em idade e já mostrando sinal de franqueza.

Santinha mostrava paixão enganosa, o velho pensava que era prazer. A safada mulher experiente na vida, ajeitava seu Malaquias a todo instante e todas as horas; para isto, a sujeita era diplomada na suas sem-vergonhices, fazia o velho chorar sem sentir dor; por mais que santinha agradasse, ele não tirava da cabeça a palavra traição.

Estava esperando uma oportunidade para ter uma conversa com ela. Seu Malaquias adoeceu de repente, o médico disse que ele só tinha poucos dias de vida, aproveitando a oportunidade, chamou santinha ao lado do seu leito, e fez um pedido:

“Minha querida, primeiro eu te peço perdão pela minha desconfiança, você sabe que estou em estado terminal, tenho poucas horas de vida, te pergunto você já foi infiel a mim alguma vez durante a nossa convivência? responda meu amor! Deixe eu partir em paz, só quero saber sim ou não”

ela respondeu

“Meu Niquinho, esta não é hora para este tipo de pergunta, já que você insiste eu vou falar”

Ela respondeu com muita calma, e muita frescura chamando de Niquinho nome que ela inventou para fazer dengo ao velho.

“Só por três vezes meu amor. Não era isto que você queria saber?”

- A primeira vez com quem eu conheço?:

Interrogou o velho,

“Não bem. Você se lembra quando nos dois estava fazendo turismo? Você foi tomar banho naquela praia, quase morre afogado?”

- Sim meu amor estou lembrado de tudo.

“Lembra daquele surfista que te salvou”

- Sim santinha... Sim bem...

“Eu peguei o telefone dele marquei o encontro para agradecer pessoalmente, foi só um agradecimento meu amor”

Respondeu o velho com toda calma

“Tudo bem amor, se ele não tivesse salvo eu hoje não estava aqui ao teu lado. esta até que eu aceito, meu amor tudo que você faz é para meu bem, e a segunda vez? (Perguntou o velho já com o ar de preocupação)

Com quem?

Interrogou o velho com a fala tremula

Me conte tudo meu amor não me esconda nada quero saber de tudo, ela respondeu com toda simplicidade,

“Sim meu niquinho vou contar tudo. Você está lembrado daquela briga, que feriu aquele rapaz com teu ciúme doentio?”

Sim estou lembrado!

“Você ia ser processado e ia pegar seis meses de cadeia conforme eu ouvi o papo na delegacia, eu chamei o delegado, nós conversamos ele não chegou a fazer o processo”.

- Meu amor como você se preocupa comigo, eu dispenso,

Indagou o velho se tremendo todo.

-agora santinha quero saber a terceira com quem foi?.

Ela começou alisar a cabeça do velho malaquias, foi procurando um jeito para encaixar a terceira, e não prejudicar mais a saúde do velho.

Ela pensou...

“Já que comecei tenho que terminar, sempre pensando em recusar de dizer porque era muito pesada, para o velho saber, alisando sua cabeça, perguntou, você quer mesmo saber Niquinho?”

Sim meu amor pode continuar estou aqui para te ouvir.

“Você está lembrado quando foi candidato ao cargo de vereador,que ia representar aquele povoado que você nasceu?”

Sim sim estou lembrado santinha porque não? Eu ainda me lembro quantos votos eu tive, se não falha a memória eu tive 1.784 votos...

“Então meu velho foi eu que eu lhe traí pela terceira vez”.

O velho deu um gemido profundo uma seqüência de suspiros, abriu a boca e não voltou mais, ela com a cara mais cínica do mundo disse,

Vá com Deus descanse em paz, porque eu aqui vou ficar bem acompanhada.

FIM

Versão de Luiz de Souza o velho maluco.

VELHO MALUCO
Enviado por VELHO MALUCO em 08/09/2010
Código do texto: T2485185
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