Picolé e Jabá Carne Seca.

Os dois maiores ébrios que o mundo do interior e pelo que sei o resto também já conheceu foram Jabá e Picolé!

Beberam ate a morte! O Picolé por fim andava num andador pelas ruas pequenopolitanas portando um mini kit etílico, contendo várias substâncias propícias a sua embriaguez diária e imediata! Pelo que me lembro havia um suporte em seu andador em que o mesmo guardava um vidrinho contendo cachaça, da boa!, e alguns aperitivos para temperar a bebida, um pouco de gengibre e outras ervas que não me lembro o nome.

Arrastava-se lentamente com seu andador, sem pressa, eis que ia bebericando, o que levava a completar o trajeto de uma rua em quase uma hora! Era de fato surpreendente e triste para os que o assistiam.

Pobre Picolé, um dia discutiu com o dono de um dos quase todos bares da cidade em que freqüentava, e acabou mal.

Revoltado com a discussão, bebeu acima do “permitido” para o dia, ou seja, duas garrafas de cachaça, uma de vinho e 4 cervejas, e sucumbiu, inexoravelmente.

Já o Jabá Carne seca é outra história. Conta-se que chegava no boteco, isso depois do futebol, pois dizem que era bom de bola, pedia uma dose, peidava estrondosamente, fruto da dependência, bebia duas doses “de início”, como dizia, e sacava um embrulho do bolso, papel de pão, contendo alguns pedaços soltos de carne seca, que levava à boca aos pedacinhos, como aperitivo para a cachacinha leve. Dizia que a carne era para economizar na “porção”. E ria!

Acontece que chegava um momento da embriaguez em que o Jabá ficava mudo, completamente calado mesmo, bicudo e nervoso, até entrar num novo estágio e ruma enfurecido pelas ruas, cambaleando e xingando a todos, seja Deus ou diabo, até que a criançada colocou-lhe o apelido de Jabá Carne Seca, momento em que era o auge da alegria e do perna pra quem tiver, eis que o Jabá saia catando cavaco em busca de pedras e mandando todo mundo “pá put pariu! Vá pá put pariu! E ameaçava com pedras.

Estava tão acostumado a xingar que mesmo que o chamassem pelo nome, ele, condicionado, mandava pá put pariu! Não queria nem saber!

Por fim o Oswaldo, ou Oswaldinho, para os mais íntimos, fora resgatado pela família e mantido preso em casa. Dizem que à tarde fica no alpendre, com os braços pra fora das grades, pedindo “encarecidamente” aos transeuntes que “vá até o botequim da esquina comprar uma dosinha de pinga!”.

Cristiano Covas, 13.04.09.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 14/09/2010
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