FAZENDEIRA CASADORA

FAZENDEIRA CASADORA

MOR

Em uma pequena cidade do planalto catarinense, vivia uma família de fazendeiros, muito rica, além de rica tinha só uma filha e um filho, ela se chamava Rita, mas no meio familiar era conhecida como Ritinha, o menino era conhecido, por Aristide e no meio familiar era chamado de Tide.

Viviam numa fazenda a mais o menos quatro léguas da cidade, o casal de fazendeiros criavam gados para a engorda e vendiam para os matadouros da cidade, numa época em que não havia fiscalização sobre a carne vendida naquele ermo sertão catarinense, com o leite das vacas faziam queijo que era vendido na cidade.

Seus filhos, Ritinha e Tide foram educados em colégio particular um internato, que existia na cidade e receberam uma boa educação.

O filho quando moço ficou na fazenda, logo após de ter terminado o ensino primário daquela época, voltando, para a fazenda, e ajudar seu pai na lida campesina, mas sua irmã estudou até completar o normal, que era uma etapa depois do quatro ano primário, isso lá pelos idos de mil e novecentos e cinqüenta.

O rapaz quando completou a maior idade lá pelo vinte anos casou com uma filha de outro fazendeiro vizinho, família esta que tinha migrado para aquela cidade lá dos campos de Vacaria, e ficou morando na fazenda, pois nesta altura já tinha sua tropilha de gado para cuidar e tirar a sua renda, continuava ajudando seu pai.

Mais tarde seu pai comprou uma casa na cidade, pois sua filha queria seguir a carreira do magistério, só assim poderia ficar em casa dos pais e lecionar no Colégio da cidade e ainda ajudar sua mãe em casa.

E ainda nesse tempo fez um curso de doceira, e começou a fazer bolos para as festas de casamento, que aconteciam na cidade, era uma doceira fina e fazia belos bolos.

Quando seu pai mudou-se para a cidade seu filho Tide ficou atendendo a fazenda, nem fazia um ano depois do casamento, nasceu seu primeiro filho, ao qual foi batizado com o nome de Brito, mas coloquialmente era conhecido por Britinho, ele ficou na fazenda até completar seis anos indo morar na cidade com seus avós e tia, pois a mesma queria alfabetizá-lo antes dos sete anos, e quando entrasse no colégio deveria saber ler e escrever.

Mais tarde na família do seu irmão nasceram Joaquim e Benta, que depois de completarem os seis anos, tiveram o mesmo privilégio de Britinho de serem pré educados pela sua tia, que era uma ótima professora.

Neste tempo apareceram vários pretendentes, que queriam conquistar seu coração, mas ela era muito soberba e queria casar com um jovem bem rico, como na cidade não tinha um jovem como ela pretendia casar, lá ficou ela esperando, esperando...

Estava a tempo preparando seu enxoval um enxoval de moça de cidade grande, como falava o povo daquele tempo.

De todos os pretendentes que passaram pela sua vida, nenhum era como ela queria, sempre achava um defeito, e os anos foram passando, passando e a Ritinha não conseguia conduzir seu pretendente até ao pé do altar.

Seus país faleceram com idade avançada sem verem sua amada Ritinha casar.

Este era o maior sentimento daquele casal idoso, de ter que partir desta vida sem ver sua filha amparada, com um bom casamento.

E hoje Ritinha vive sozinha numa grande casa na cidade como uma eremita, sem nunca encontrar o seu par para casar.

Aqui fica um ditado: “Quem muito escolhe e não encontra, fica mesmo para titia.”

Era um ditado daquela remota época.

São José/SC, 3 de outubro de 2010.

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Asor
Enviado por Asor em 04/10/2010
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