Era Tarde da Noite.

Era tarde da noite... Madrugada de abril.

Defronte o frontispício do hospício celebrariam o comício dos “homens de cilício”.

Era tarde da noite, e o sacrifício exigia silêncio.

Após o declínio da humanidade que se “afundara no vício”, o concílio maior resolvera decretar o “armistício”: “sem guerra, sem vício!”, eis o lema, eis o resquício, o princípio! “Sem guerra, sem vício!”. O único resquício para quem sonhava em se ver livre do sacrifício.

O ofício do concílio era averiguar se o ímpio deveria ou não cair no sacrifício. A pira, a morte, era a única salvação para o “ímpio no cio” se livrar de seu “vício!”. Horrível!

E a população compareceu em peso mesmo sob o breu da noite, convocada “subliminarmente”, mesmo diante a suposta e improvável “ameaça de açoite”. O povo dito cônscio gostava de sacrifício. Era como, nos tempos hodiernos, um “showmício”.

O “cio do mundo” precisava acabar, bradavam os ditos “divinais”, sob o suplício do povo ímpio, que “almejava” o “declínio contínuo”.

Nisso, sem mais nem menos, um “símio” invadiu o recinto, portando, incrivelmente, uma garrafa de absinto e um tacape.

O início foi esse; o fim foi tardio, e não há relatos de quem viu..., e, se viu, sorriu ou sucumbiu...

E, Por fim, apenas um pio surgiu, um pio frio no fio da noite..., no rio do tempo...

Intransigível...

Intangível...

Vil...

Savok Onaitsirk, 20.04.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 02/11/2010
Código do texto: T2592207
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