De Homens e Ratos...

Sai no fim da tarde de um dia qualquer por estas vielas empoeiradas procurando cerveja barata e gelada e só encontrei mornas...

Um rato amanheceu morto na sarjeta em frente casa. Não sei o que ocorreu. Chamei a ambulância e me disseram que só atenderiam se fosse gente, e que parasse de tirar sarro com coisa séria.

Ainda assim disse que se tratava de coisa séria, que, mesmo sendo rato, merecia as últimas considerações dos seres viventes deste mundo. O atendente desligou o telefone na minha cara, depois de dizer que meu “número estava anotado e que iria tomar as devidas providências, que de doidos o mundo está cheio, mas que não deviam ficar por aí atrapalhando o andamento do múnus público. Passe bem!”, e desligou.

Saí e vi o rato lá, estendido sob o sol escaldante. Pobre diabo, culpado injustamente pelos milhares de mortes na baixa idade média, sendo que as culpadas na verdade eram as pulgas, aquelas malditas, e os homens, que pouco se higienizavam.

Pobre rato! Alguns cães arrastam-se sobre seu cadáver, para adquirir “cheirinho”, o perfume dos cães.

Diante tudo, eu mesmo fui lá, não queria, peguei o rato com uma pá, o fervi, retirei a pelagem, piquei-o e fritei bem fritinho, com azeite e cebola. Uma delícia!

Mas só não vá fazer isso em casa!

Savok Onaitsirk, 01.09.09.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 30/11/2010
Código do texto: T2645205
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.