Um grito seco dentro da madrugada.

Não era show da Pitty. Sei lá o que era!

No outro dia que fui saber que na verdade era o suicídio de uma velha louca, caída do décimo sétimo andar do alvorada.

A dita velha ficava ouvindo músicas débeis até altas horas da madruga para ver se criava coragem para se matar. Foda! Velha doida mesmo!

“Ouvi o grito de uma mulher morta!”, disse o zelador no dia seguinte, para a polícia técnica.

E disse mais:

“O álcool fez com que eu ouvisse mais coisas!”.

“Estranho!”, disse o investigador de polícia.

E, não contendo um certo impulso “estranho”, o zelador disse mais:

“O álcool fez com que eu não me matasse ainda...”.

O investigador coçou o rego do rabo, discretamente, e meditou:

“Puta, esse cara é doido! Esquizofrenia, pode ser!”.

E o zelador continuou:

“Anteontem a velha me disse: outro dia andei falando besteiras. Retifico-as aqui: não existe música mais “louca” que o jazz!”.

Savok Onaitsirk, quinta, 19.11.09.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 02/12/2010
Código do texto: T2648920
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