Um grito seco dentro da madrugada.
Não era show da Pitty. Sei lá o que era!
No outro dia que fui saber que na verdade era o suicídio de uma velha louca, caída do décimo sétimo andar do alvorada.
A dita velha ficava ouvindo músicas débeis até altas horas da madruga para ver se criava coragem para se matar. Foda! Velha doida mesmo!
“Ouvi o grito de uma mulher morta!”, disse o zelador no dia seguinte, para a polícia técnica.
E disse mais:
“O álcool fez com que eu ouvisse mais coisas!”.
“Estranho!”, disse o investigador de polícia.
E, não contendo um certo impulso “estranho”, o zelador disse mais:
“O álcool fez com que eu não me matasse ainda...”.
O investigador coçou o rego do rabo, discretamente, e meditou:
“Puta, esse cara é doido! Esquizofrenia, pode ser!”.
E o zelador continuou:
“Anteontem a velha me disse: outro dia andei falando besteiras. Retifico-as aqui: não existe música mais “louca” que o jazz!”.
Savok Onaitsirk, quinta, 19.11.09.