Zeca do Tamborim, a Luz e o Caos.

Zeca do tamborim soltou os berros, os bichos, meteu um rock nervoso na vitrola e ficou na expectativa de volver à liberdade algum criminoso ao desalento...

Zeca era coisa braba na advocacia. Não media esforços. Que juiz, promotor, delegado o caralho! Com ele o bicho pegava pesado. Hoje mais calmo, mas teve o tempo em que matava a justiça a grito. Era o cão chupando limão estragado! Já foi confundido com o capeta por um escrituraria chapada numa audiência das treze e trinta no verão interiorano! Para se ter uma base de quem foi Zeca.

Carregava seus documentos sujos dentro de uma pasta marrom, que assustava e fedia ao mesmo tempo, o que lhe dava um ar inefável! Seu traje era único dentro dos padrões exigidos; Ternos negros puídos, de dar medo, sapato de bico fino e torto, lembrando o das bruxas, uns óculos arredondados que adquiriam formas diferentes a cada dia, muito velhos mesmo, de uma era estranha ao entendimento humano... Sua vida própria era estranha e assustadora. Um cão sujo, perdido no rincão do universo jurídico! Confesso, o mísero que vos escreve, nunca me deparei com Zeca do Tamborim, e agradeço a Deus por isso!

É sabido que partes adversas davam suas causas perdidas quando cientes de que o outro advogado era o Zeca! Os Advogados procuravam se conter dentro dos limites de seus profissionalismos. Juízes e demais serventuários da Justiça se quedavam diante o acaso, Deus e a sorte. Um período negro dentro da história (apócrifa) da Justiça Nacional! Porém pouco propagado nos c(anais) da vida cotidiana. Zeca marcou a era do horror no seu tempo dentro da tecnocracia idiota do sistema.

Mandava prender o juiz que lhe desse a mesma ordem, por direito seu e da democracia vadia, bradava aos céus feito um messiânico selvagem. Uma vez espancou incrivelmente dezessete policiais numa praça pública, à base de pedaços de um automóvel que ia arrancando como que se fosse com os dentes... Coisa assustadora para quem presenciou e relatou a seguir.

O processo não deu em nada, como dizem por aí:

“... legítima defesa, óbvia e transparente... “.

Luz! Deixe que eu veja o cinzeiro e o copo...

Savok Onaitsirk, 04.06.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 08/12/2010
Código do texto: T2659869
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