Adalberto Boca de Litro e a Escuridão.
Adalberto se achava um cara esperto, até ver de longe sua esposa se aproximando da porta do bar com um cabo de machado, bufando e fumando um “Eight” filtro amarelo, o qual arrancava “para dar mais consistência”, dizia.
Era Cremilda, para a qual Adalberto, seu concubino amante, não tinha mais solução; recém-saído de internação e mal se virava as costas e já lá estava ele, recostado no balcão, entornando um canecão!
Miserável filho do cão!, bufou mais uma vez Cremilda.
Tentara muito, porém tudo em vão...
Do fundo do mundo, que para ele se resumia o bar, ao ver a amada bufar, Adalberto abraçou um garrafão de vinho Palmeiras, como defesa, beijou-o na boca, babou um pouco e disse:
“Crê, não quero mais vivê com ocê! Quero mais é bebê!”
Um soluço...
Um piscar de olhos...
Uma pancada seca...
Estrelas *** E a escuridão mais uma vez tomou conta da vida de Adalberto...
Cristiano Covas, 13.09.10.