Ternas Lembranças!

O barulho das rodas do trem sobre o trilho, fez com que olhasse pelas janelas do vagão.

Lá fora se descortinavam paisagens belas, umas mais que outras.

Embevecido o olhar trouxe riso, a seu até então carrancudo rosto.

O que via fê-lo recordar imagens de infância há muito em um canto qualquer quarnecidas.

“A chuva caiu sem parar torrencialmente. O aguaceiro desceu forte. No cruzamento de duas ruas, formava quase que uma piscina.

Era lá que estávamos eu e meu irmão, no meio da enxurrada.

Adorávamos a chuva.

É como se naquela época, a chuva fosse só um bem. O ribombar do trovão apenas um susto. Flashes dos relâmpagos pareciam holofotes a nos iluminar.

Ensopados, cobertos de lama da cabeça aos pés, fazíamos parte da natureza, incorporávamos nela e ela em nós. Sentíamos-nos mais fortes, mais vivos.

Jamais ficamos doentes e mamãe nunca soube.”

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 06/01/2011
Reeditado em 18/02/2011
Código do texto: T2713471
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.