Um namoro pra lá de marcado

Ela sentia-se usada, mas amava-o muito.

No passado era simplesmente uma folha amassada, jogada, encontrou um amor colorido, uma caneta quatro cores.

Sua vida era multi cores, mas ele só a queria usar, e deixou marcar registradas, muito dificeis de serem apagadas de sua vida.

Tentou esquecê-lo, mas seu passado estava escrito.

Passou-se um determinado tempo e não queria mais reescrever sua estória.

Foi ai que viu um simples e magestojo ser alto, novo amor, o lápis.

Agora a folha de papel estava notando que precisaria reformular sua vida em poesia, mas o medo de que o lápis apenas quisésse usá-la e depois passar uma borracha em tudo, era o que nem queria pensar.

Mas a poesia lhe chamava, triste poesia mas a chamava.

A folha de papel, surrada meio desgastada com o tempo, sentia-se só, depois que foi arrancada de seu caderno onde morava.

Sentia-se leve de poder dividir seus problemas com outras folhas, mas agora fora isolada, amassada, e deprezada.

Um dia quase a jogaram no lixo, mas um bebê começou a brincar com aquela folha em formato de bola, e quase se despedaçou ao ser atirada em uma poça d`água.

Ela imune às forças maiores e sem ter muito o que fazer se escondeu embaixo de uma cama, era o medo, a vergonha, era isolamento.

Até que apareceu o senhor lápis.

Ele já cansado de tanto labutar, e passar de mão em mão.

Era uma vida desgastada por outros sempre apontar os seus erros.

Ele já estava também sendo humilhado por tecnologias avançadas, e também já passara por várias mãos desde o fabricante, o vendedor, os compradores, ou os colegas que o pediam emprestado e ainda desgastado, o que lhe restava era viver cabisbaixo, achando que pra ele nada mais restava.

Numa brincadeira de criança ele era ridicularizado por não ser alto, forte, sem aparência moderna, dai ele rolou pra bem longe onde ninguém mais o magoaria, só parou quando encostou na tristonha folha de papel.

Se olharam muito antes da primeira palavra...OI.

Quanta esperança entre os dois, pensavam até em escrever piadas.

Mas foi um tempo de muitas poesias.

E o tempo passou, apagou algumas letras, já não se entendiam.

Acabou não a poesia deles, mas a força de escrever de se dedicarem a inspiração que só eles sabem fazer...

O amor às vezes pode parecer irônico, platonico, mas é real em todas as formas...

CIDA MOURA
Enviado por CIDA MOURA em 08/01/2011
Código do texto: T2716126
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