DESABAFO DE UMA SECRETÁRIA

Naquela Instituição tudo transcorria na mais perfeita tranquilidade. Evidentemente onde convivem seres humanos sempre surgem alguns problemas, mas tiravam de letra.

O presidente parecia adentrar no âmago de cada um, e sempre contornava qualquer situação, incentivando e mostrando que o tempo é um só para todos, e até, de uma forma lúdica, transformava os anos em meses, os meses em semanas, as semanas em dias, os dias em horas, as horas em minutos, dando assim uma certa elasticidade ao precioso tempo.

O grupo, como todos os grupos, compunha-se de pessoas preparadas, (umas comprometidas, outras não...), pessoas esforçadas e bastante comprometidas, (o que faz a diferença...).

A secretária, professora de Português, e que fazia jus a isso, braço direito do Presidente, diga-se de passagem, fazia dessa instituição a extensão da sua casa. Tinha pelos colegas um afeto individual. Àqueles menos preparados, dava especial atenção.

O Presidente e ela tinham uma afinidade recheada de cumplicidade. Pareciam pai e mãe do grande grupo. Antes da reunião mensal eles se encontravam ou ligavam um para o outro e amarravam os assuntos em pauta.

Essa harmonia foi invadida por interferências externas que não me cabe evidenciá-las aqui, e a coisa foi esfriando. O Presidente deixou cortou todo e qualquer cotato com ela. A secretária, mulher sensível, anunciou em plena reunião que por motivos familiares, por tempo indeterminado, iria se afastar da instituição.

Só Deus e ela sabem por quê!

O Presidente lamentou, como de praxe, mas no outro dia, quando ela mandou algum material que guardava em sua casa, ele telefonou para o celular dela, dizendo que havia recebido e agradeceu como se tivesse tirado um peso de suas costas.

Deferência demais, assusta!?...

Diante desse comportamento, na reunião seguinte, a secretária resolveu comparecer. Chegou como sempre com uma bandejinha de lanche, mas nem precisava, pois o Presidente que sempre trouxera coca cola, nesse dia trouxe uma excelente pizza, talvez para alguma comemoração.

Ao dar boa noite, o Presidente recebeu-a com um bocejo. Tudo bem. A reunião aconteceu “ naturalmente. Entre aspas”.

Para encurtar a historia, a última reunião, essa mesma mulher, antes indispensável, ao comentar uma obra literária, foi-lhe estipulado 10 minutos para tal, e quando perguntou pelo tempo, o presidente disse que ela ainda tinha 2 minutos.

Depois os outros membros, uns que sequer tinham lido nada, usaram da palavra sem nenhuma restrição. Ninguém é de ferro, nem mesmo ela. (Vale salientar que a leitura tem a finalidade de socializar diferentes obras literárias.)

Ao chegar em casa, ligou para o presidente, disse que sentiu bastante, o menosprezo. Ele precisava desse alento para melhor satisfazer-se e dormir. E para dormir, ela precisava desse desabafo.

Geneci Almeida

12/02/11

Prezados amigos Recantistas: Esse conto não tem nada a ver com a minha realidade. Estou apenas treinando. É um simples ensaio, pois pretendo colocar alguns contos na minha página. Procurei enxugar o texto enquanto pude, mas essa minha prolixidade...

Um abraço

Geneci Almeida

14/02/11

Geneci Almeida
Enviado por Geneci Almeida em 14/02/2011
Reeditado em 14/02/2011
Código do texto: T2791147
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