O PRINCIPE DE CAVALO BRANCO É VOCÊ (PARTE VII- A VIDA DE HELENA)

Helena saiu para o trabalho, e não conseguia tirar a sua atenção do que havia acontecido durante a noite. Parecia que em todas as pessoas a face daquele moço estava esculpida. Já não conseguia mais distinguir o que era realidade e ficção foi quando resolveu esfriar sua cabeça retornando a companhia de seu lago. Assim o chamava “Meu Lago”.

Com o olhar vago, não prestava atenção no que estava ao seu redor, apenas ouvia bicicletas, e pessoas caminhando. Estava com os olhos fitados nas águas límpidas, que deixavam à mostra a riqueza que havia embaixo da água.

“Como cristal”, pensou “garanto que posso beber”. Agachou-se em sua margem, e sentiu uma mão em seus ombros. Olhou para trás e no mesmo instante mesmo relutante, reconheceu era ele sim, seu amigo Maik.

Não tinha como escapar. O tempo parou naquele instante, os pássaros suspendidos no ar, as gotas da água límpida congeladas entre seus dedos e só se ouviam o bater do coração de Helena que descompassadamente relutava.

Quando sentiu em sua boca o sabor indescritível do beijo que tanto havia esperado em sua adolescência. Naquele instante retomando a consciência, viu-se nos braços daquele rapaz de aparência rude, mas muito bem tratado.

Seu perfume reconheceu na hora, era de essência de carvalho, “Malbec” do O Boticário, não conseguia entender como isso fora acontecer depois de tanto tempo. A ferida que havia cicatrizado e escondida, atrás de suas lembranças, agora sangrava como nunca.

Helena simplesmente tinha apagado de sua memória aquela aventura que a fez sofrer tanto. Maik estava ali, era real, mas não conseguia ir além. Aquele beijo foi suficiente para ela saber que ele não a enfeitiçava mais, até mesmo porque já estava sobre encanto de outra pessoa.

Agiu como se nada tivesse acontecido, despediu-se de Maik e voltou correndo para sua casa. Não sabia o que fazer, sua cabeça dava rodopios e ao sentar-se diante do micro, viu Cavalo_Br@nco chamando-a novamente.

Dessa vez Helena não respondeu, precisava primeiro entender seus sentimentos, para depois falar com alguém. Agora o melhor que tinha de fazer era tomar um banho para relaxar.

Marischurr
Enviado por Marischurr em 01/04/2011
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