LIÇÕES DE UM AMOR NÃO CORRESPONDIDO

E aqui venho, por caminhos tortuosos em meio a um sol abrasador. Mas eu nem sinto o calor do sol, nem enxergo o céu tão azul sobre mim. Venho passo por passo, pelos caminhos tortuosos do meu coração.

E as perguntas vêm em torrentes, as lágrimas em enchentes e eu tento aprender as lições de um amor que jamais foi ou será correspondido. Em algum ponto eu errei. Cobro isto todos os dias quando me levanto, quando escovo meus dentes, depois no café da manhã, almoço, lanche, jantar e quando eu vou dormir. Vinte e cinco horas por dia de pensamentos torturantes onde eu me culpo já nem sei mais por qual motivo.

Alguma lição devo tirar de tudo isto, penso eu, enxugando minhas lágrimas. Devo estar na minha vigésima caixinha de lenços de papel. Já me disseram que eu deveria comprar um jogo de lençóis caso eu decida me culpar pelo resto da vida. Concordei. Mas eu acho que antes de morrer, eu paro de chorar. Pode ser até que um dia eu o esqueça. Ou que eu me mude para um lugar bem longe (mas o e-mail dele eu levo comigo) onde ninguém me conheça mais.

As pessoas dizem que eu não tenho culpa de nada. Eu tenho sim. Errei de novo. Errei com ele como errei com todos os outros. Acho que é por isto que me abalei tanto. Deveria ter aprendido com as lições do passado. Cheguei a conclusão que emburreci. Não sei as outras pessoas, imagino eu sob este sol de novembro, mas quando eu amo, fico meio boba. Fico obcecada. Enxergo o objeto da minha paixão em todos os lugares. Imagino conversas que nunca tive. Cenas de amor que não acontecem. No meu imaginário sou a mulher mais feliz do mundo. E eu não penso. E faço besteiras. Falo demais, tomo atitudes demais, assusto demais. Não sabia que era uma mulher assustadora. Mas sou. Creiam, eu assusto.

Sei lá se vou aprender alguma coisa com mais esta desilusão. Nem sei se quero tirar alguma lição disto tudo. Não agora, não hoje. Agora estou voltando para casa, em meio a caminhos tortuosos em um sol abrasador de uma tarde qualquer de novembro. Só quero a solidão do meu quarto.

Amanhã provavelmente terá sol. Minha dor terá ido embora.

Não vou desistir.

Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 11/11/2006
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