Desabafo na sala de aula

O ser humano é um bicho muito esquisito. É todo imperfeito; se diz racional, mas pensar que é bom, nada; se diz solidário, mas é o primeiro a discriminar; se diz inteligente, porém se acha no direito de pisar em cima de outros que constroem esse conhecimento.

E eis que chego ao ápice da questão.

O homem, que se acha tão inteligente, julga, sem vergonha nenhuma, aqueles que se esforçam em adquiri-lo ? . Bom, mas talvez ele esteja certo, talvez a pessoa que está em busca de seu conhecimento não esteja realmente a fim de fazê-lo. Talvez, por algum motivo desconhecido (nem tanto assim), o conhecimento não chegue a ele como deveria. Talvez o meio de comunicação usado seja falho. Isso tudo hipoteticamente falando. Ou então, essa “discriminação” (porque não deixa de ser) ocorra não só pela junção de tudo isso. Ocorra porque “o último não tem condição alguma de chegar na frente”, “aqueles que ficam ‘por trás’ não tem interesse pelo conhecimento”.

Me ofende pensar que para um professor, por exemplo, o conhecimento que ele emprega a uma turma chega de forma diferenciada a grupos de alunos. Me ofende mais ainda que esse “preconceito” que tais professores fazem, por exemplo, de alunos que sentam no fundo da sala, conhecidos, por eles (professores) como “galera do fundão” seja tão doentio de forma que chega a consumi-lo, e como consequência, ignoram completamente esses alunos, chamando-os de coisas que nem mesmo um pai diria ao seu filho.

Será que isso seria um caso de [b][i]bullying[/b][/i]? Ou é preconceito mesmo?

Alunos conversam. Sim. Claro! Eles têm boca, assunto e muita testosterona. Cabe ao professor conseguir administrar isso, não ao aluno. O aluno está para aprender, uma vez que o professor não dá conta, aluno sente-se enfadigado da aula e dá-lhe a conversar. É a lei da natureza. Tudo que cansa, há um meio de torná-la mais interessante.

Hoje em dia, já virou moda julgar a cara e não se importar nenhum pouco com a consequência que isso pode acarretar na vida sentimental e psicológica de alguém. Como também já é moda atirar a primeira pedra, e a segunda e a terceira sem ao menos conhecer os motivos que levou a isso. Então, que se julgue e que façam suas apostas. O primeiro a cair será o último a levantar e, consequentemente, o mais ferido de todos.

Em meio a essas palavras confusas e abstratas, que querem dizer algo que fica no subliminar, desejo sorte a todos os derrotados e falidos de sentimentos. A esperança anda de mãos dadas com o demônio. Então, meus queridos leitores, isso quer dizer que a esperança já morreu de velha.

Não me simpatizo com nenhum de vocês, pelo contrário. Tenho pena! Pena porque não nascemos com nosso intelecto completo e temos que buscá-lo ao decorrer da vida. Pena porque existem meios diferentes de se colher o fruto do conhecimento, frutos mais saborosos e mais naturais e mais devastadores. Pena porque...

Quer saber... Pena é pra galinha!

Afonso Herrera
Enviado por Afonso Herrera em 05/04/2011
Código do texto: T2891094
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