O PRINCIPE DE CAVALO BRANCO É VOCÊ (PARTE XI - A VIDA DE HELENA)

Helena, ao mesmo tempo em que ficou acendida com a notícia, tentava manter a calma, seria natural que Ricardo quisesse conhecê-la, haveria salvado sua vida.

Enquanto arrumava-se não sabia no que pensar, apenas que iria estar novamente na frente daquele moço, mas agora seria diferente. Tentava controlar-se, estava atônica.

Chegando ao destino combinado, coração dispara. Mãos trêmulas, e pernas traidoras num impulso saltaram do taxi em direção ao portão.

Era uma casa grande luxuosa, com alguns detalhes antigos. O conservadorismo e tradicionalismo estavam explícitos naquele local. O Grande jardim com estatuetas do Sec. IX faziam toda a diferença, entre os arabescos das grades do portão. Logo à frente, a porta de entrada, entalhadas em imbuia dois pássaros unidos por um coração. Ficou imaginando como seria viver em uma casa assim. Com criados a disposição, coleção de quadros, de livros, imaginou uma grande escadaria ao seu interior.

Ao bater na porta, mal podia falar nitidamente pálida a ponto de quase desmaiar. A porta se abriu e uma simpática senhora veio recebê-la.

- Olá, entre senhorita. Ricardo está a sua espera.

- Obrigada. Balbuciou Helena nitidamente assustada com o que estava encontrando.

Ao entrar nos aposentos, contemplou novamente o semblante daquele moço atraente, que fazia seu corpo estremecer. Seus pensamentos eram voltados somente em Ricardo. Tentou esconder-se de si mesma, mas não conseguiu. Não conseguia esconder seus sentimentos.

Pálida, ofegante, suada, trêmula Helena foi se aproximando, e passos lentos, aos poucos abrindo o véu que cobria a cama de Ricardo, protegendo de insetos invasores. Ricardo virou-se e com sua voz fraca disse um Olá, que quase não se ouvia.

Helena se pôs a planear diversas reações, mas não conseguiu concretizar nenhuma. Seus impulsos foram mais fortes e capazes de demonstrar todo o seu sentimento.

Seus olhos verdes contemplaram Helena. Num impulso sentou-se na cama, sentindo fortes dores. Ela se aproximou para ajudá-lo, quando os olhares se tocaram, o desejo estava explícito entre os dois. Traçados pelo destino para se encontrarem, como duas metades.

Percebendo que havia ido longe demais, se afastou, sentando na poltrona ao lado da cama. Não tinham trocado palavra sequer, mas seus olhares já os denunciaram. Não conseguiria esconder seus anseios, era mais forte que ela, a atração a consumia, teria que sair o mais breve possível para não cometer mais um disparate.

Ricardo teve as mesmas reações, queria sair daquela cama, e poder dizer a Helena que a amava, e a queria tanto, mas jamais poderia revelar que foi ela a causa de seu acidente. Ele queria saber mais sobre aquela mulher, aparentemente frágil com as mãos gélidas e trêmulas.

Ofegante Helena respirou fundo para manter a calma e foi até a janela. Percebia as folhas secas caídas no chão, resumo de um outono e com ar típico de início de inverno.

Ricardo contemplava aquele corpo escultural, lindo cachos acaju o encantou. Pondo-se em pé apoiado em sua bengala, ficou ao lado de Helena.

- O que olhas tanto aí? Indagou.

- É lindo não vês? Encantador seu jardim.

Helena sentiu um arrepio correr em sua dorsal, pela primeira vez sentia-se assim. Nunca amara antes, e agora teria a chance de viver seu primeiro amor. E isso trazia confusão em sua mente, não conseguia pensar direito, apenas entregou-se ao momento.

Quando sentiu o doce sabor dos lábios carnudos de Ricardo. Ele a possuía, de uma forma tão irreal, que tinha medo de si mesma. Não entendia como permitira tal atitude. Mas o que ela queria mesmo era entregar-se diretamente aquele sabor, aquele momento.

CONTINUA...

Marischurr
Enviado por Marischurr em 11/04/2011
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