PARA DIEGO...

PARA DIEGO

Sergio Pantoja Mendes

No seu toque divino, ela rola dócil e macia, como uma gata sensual.

Fazendo volteios graciosos, foge dos brutos que lhe batem e lhe maltratam... Apenas ao seu Deus, ela se dá plena e cativa. Seu Deus nunca lhe bate; ele simplesmente a toca, como só os deuses, sabem tocar...

As vezes porém, enfadado (como só os deuses ousam ficar), ele gentilmente a empurra para as redes do leito. E ela, submissa, lá se deixa ficar, a espera de um novo, mágico e divino carinho...

O poder dos poderosos porém, faz tombar o Deus, o qual, no fundo do abismo e separado da sua amante fiel, faz levantar-se o homem. Este então, num arroubo ingênuo, aos poderosos desafia. E eles, não satisfeitos em tombar o deus e numa vingança mesquinha, aniquilam o homem, que se retira vencido...

O templo, onde o Deus amava, apesar da multidão, faz-se vazio...

O jardim gramado, onde o mago exibia sua magia, faz-se quieto e triste...

A bola, com que o homem brincava, faz-se agora solitária. E chora...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 15/04/2011
Código do texto: T2911631
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.