ESCRITOR SOLITÁRIO

ESCRITOR SOLITÁRIO


Ao entardecer em meio aquela melancolia, triste e amargurado sentado em sua escrivaninha, se posiciona em frente a uma folha em branco, segurando a caneta e assim, olhando pela janela, vendo a chuva lá fora aparece um sopro de inspiração, ele começa a escrever, sentindo o coração melancólico, com os olhos marejados de lágrimas, as palavras começam a correr pelos seus dedos e assim a brotar suas ideias como se fosse uma grande cachoeira. A alma tão sofredora que cada palavra soava aos seus ouvidos como um grande lamento e foi assim que tudo começou a arte de escrever, sempre que na vida havia aborrecimentos e problemas, a vontade de escrever era constante, colocava uma música clássica e ao som da melodia sempre escrevia com mais vontade, seus dedos pareciam que flutuavam e essa era sua alegria.
A solidão é triste, mas uma grande companhia, sentir o gosto amargo de um amor não correspondido e a esperança de um dia fazer loucuras que pudessem ultrapassar a sua paixão escondida no peito e a vontade de gritar a todos os ventos de poder estar ali e poder chamar a atenção de todos os povos. Ao escrever a alma sente-se como um acalento nos braços apaixonados dos eternos namorados, que no calor de seus beijos, voam como pássaros errantes, sem imaginar o que possa acontecer apenas sentir e voar e voar...
As palavras soam e cada vez mais e a vontade de escrever e muito marcante, pensamentos, amores, recordações da infância, amores perdidos, paixões repentinas, enfim tudo vem à mente, essa sensação de que tudo pode, e assim poder colocar toda a sua vontade e desejos naquele papel em branco, tudo que seria humanamente impossível realizar na vida.
Escrever é como que fazer uma grande viagem sem volta, seguindo em frente, penetrando num longo caminho cheio de obstáculos e mesmo assim a aventura do desconhecido torna-se cada vez mais interessante esse caminhar. Quando ao criar um personagem, ele dá a vida, o transforma naquilo que gostaria de ser ou ter sido, lugares incríveis, momentos brilhantes, sentimentos, amores, sexo recolhido e fantasias que jamais possam ser realizadas e assim poder criar um mundo maravilhoso, sem preconceitos, ter a alegria de viver sem a cobrança de que tudo é ruim e mal num mundo tão cheio de hipocrisias.
Essa é a magia de escrever, os olhos da alma, que bem no fundo penetram como uma espada encravada no peito, trazendo a tona tudo o que se pode arrancar de mais sublime de todas as recordações e visões desse mundo tão insólito, essa magia que se pode borrar, apagar, mudar, inovar, enaltecer e vencer a todos os obstáculos simplesmente a cada sinal, traços, vírgulas e pontos.
Mesmo que a alma chora, as palavras sorriem e nesse vai e vem de adjetivos, pronomes, metáforas, e tudo o mais, segue ao rumo na mudança de ideias, que vão dar impulso e asas a sua imaginação, ele pode tudo desde ser um simples objeto a um grande sujeito, pode-se viver e morrer.
Assim as palavras como doces bailarinas dançam sobre o papel até seu último ato, e suavemente vão se ordenando aos pares como frases soltas, códigos e signos. Rima amor com dor, saudades com liberdade, carência com desistência e assim soltas como bailarinas acompanham a suavidade do ritmo da música que as embalam, as palavras tomam seu rumo e os sentimentos voam sem limites para sua inspiração, que podem conter tanto a alegria como o caos.