Parada de Ônibus.

Voltando para casa, estava desanimado, mas não recorda exatamente o por que. Seus porres tem realmente feito efeito. Desliza a cabeça suavemente pelo vidro do ônibus, ele e sua decisão de estudar longe do centro, como conseqüência, precisa fazer uma viagem de volta para casa.

Com sua mania de ficar observando as coisas ao seu redor, sente que está sendo observado, olha de canto de olho e vê que há uma mulher lhe encarando.Algo mexe com ele, como se a conhece-se, mas não consegue lembrar-se.

Divaga por um momento que ultimamente tem se esquecido de muita coisa, e pensa em parar de beber como se não houvesse amanhã. Vira-se em direção a ela, o ônibus para: alguém vai descer. É quando seus olhares se cruzam, parecendo com aquelas cenas de filme em slow-motion. Ele recebe um sorriso e sorri de volta.

Mas o veículo entra em movimento e passa por ela, a próxima parada é um pouco longe e faz com que ele pense: “que se foda... mas é uma bela noite para caminhar...” Levanta-se, desce na parada e vai em direção a moça do belo sorriso, encontrando-a parada, de pé, como a vira antes.

Aproxima-se lentamente e pergunta se ela está perdida. Ela responde “não mais” e vem em sua direção, ele lhe agarra com uma mão pela cintura e uma mão atrás de sua nuca puxando o cabelo para juntar melhor os lábios. Um último olhar antes de fecharem os olhos e se beijarem.

Agora sim uma cena de filme completa, e então ela se separa, atende o celular e diz que tem que ir, pois seu namorado está esperando...

Abraça-o forte com um beijo perto da boca e diz: “meu nome é...”

E apesar de tudo, ele segue sem lembrar...

O Pequeno Corvo (Joel Lopes)
Enviado por O Pequeno Corvo (Joel Lopes) em 02/06/2011
Reeditado em 14/06/2011
Código do texto: T3009839
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