Você faz parte?!

Quem pertence ao Clube dos Conformados? Eu não. Eu passo longe. Quem se conforma com as circunstâncias que o mundo impõe, morre em vida. Morre sentado vendo as novelas do horário nobre, com seus amores perfeitos, filhos perfeitos, finais felizes depois de tantas lágrimas derramadas. Mas eu não me conformo. Eu corro atrás de amores impossíveis, de lugares distantes, do riso, da alegria, dos momentos fugazes de felicidade.

Eu não me conformo. Por isto tantas vezes eu choro em madrugadas escuras. Depois, fico imaginando e inventando estratégias para sair do mesmo lugar. E por isto eu escrevo. E escrevo tanto que as palavras no monitor do computador também parecem não se conformar em ficarem aqui presas.

E minhas palavras ganham vida. Se multiplicam em sonhos, que depois viram metas e logo chegam a conquistas. A vida pode ser tão divertida… pode ser muito mais do que ficar na janela, esperando o amor da sua vida passar, com o coração aos saltos assim que ele dobra a esquina.

Você pertence a este clube? Mas por que pertence? O que faz que você fique acorrentado a coisas que não te fazem feliz? Sim, talvez seja mais fácil. As coisas já estão prontinhas. Sua vida é um traço linear, quase sem sobressaltos, seu trabalho se tornou estável, seu coração também… Tanto faz que a pessoa que você divide sua cama há anos apareça de rolinho na cabeça, creme no rosto ou com a cueca descosturada.

Tanto faz mesmo?

Nós, os inconformados, buscamos desesperadamente a satisfação em cada canto em que se esteja. Sim, você pode até nos chamar de infelizes. Às vezes nos sentimos mesmos. Nem sempre temos sucesso nesta procura desenfreada, é fácil quebrar a cara, é comum derramar rios de lágrimas debaixo do chuveiro. Somos solitários.

Mas, ao contrário dos outros, nunca desistimos. Porque isto vem de dentro, nasceu com a gente, a ânsia da vida pela vida, da emoção pela emoção. Tome as rédeas. É você quem manda. Você é o dono do mundo. Não deixe que o seu conformismo acorrente você no seu belo sofá.

Viva. Ainda dá tempo.

Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 26/11/2006
Reeditado em 27/11/2006
Código do texto: T301643