Era uma menina tão pequenina que queria ser bailarina
Lembrei de Cecília com sua menina tão pequenina que queria ser bailarina e não sabia lá nem ré, mas ficava na ponta do pé.
Ainda rechonchuda no uniforme cor de rosa ia com a mãe aos ensaios. Rodava... A mãe aplaudia. Girava... A mãe acompanhava. Rodopiava pelo salão. A mãe se emocionava. Saltava leve como pluma. A mãe aplaudia.
Ao palco subiu encantada e encantadora a primeira bailarina que não conheci. Ela desceu. Tirou a maquilagem e despiu-se das sapatilhas.
Num jeans entrou e num carro saiu célere aquela mulher de olhos firmes para as luzes da rua.
Sabia chegar lá em qualquer lugar. Sabia fazer a marcha ré sob Lua ou Sol. Sem dó tomou o volante e ganhou mundo aquela menina tão pequenina que queria ser bailarina.