Era uma menina tão pequenina que queria ser bailarina

Lembrei de Cecília com sua menina tão pequenina que queria ser bailarina e não sabia lá nem ré, mas ficava na ponta do pé.

Ainda rechonchuda no uniforme cor de rosa ia com a mãe aos ensaios. Rodava... A mãe aplaudia. Girava... A mãe acompanhava. Rodopiava pelo salão. A mãe se emocionava. Saltava leve como pluma. A mãe aplaudia.

Ao palco subiu encantada e encantadora a primeira bailarina que não conheci. Ela desceu. Tirou a maquilagem e despiu-se das sapatilhas.

Num jeans entrou e num carro saiu célere aquela mulher de olhos firmes para as luzes da rua.

Sabia chegar lá em qualquer lugar. Sabia fazer a marcha ré sob Lua ou Sol. Sem dó tomou o volante e ganhou mundo aquela menina tão pequenina que queria ser bailarina.

Oswaldo Eurico Rodrigues
Enviado por Oswaldo Eurico Rodrigues em 08/07/2011
Reeditado em 18/05/2021
Código do texto: T3082093
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