Desafio: Invente um final para este conto

Zeca e Madá

O Zeca chega ao escritório do pai e dispara:

- Tenho um problemão, pai, preciso da sua ajuda...

- Senta aí, filho, fala. É alguma coisa que eu possa resolver por você?

- Não, pai. Não é bem resolver... Mas quero ouvir sua opinião sobre essa situação do meu noivado com a Madá.

- Que é que aconteceu? Brigaram?

- Claro que não.

- Você está arrependido? É isso?

- Não é bem isso, não...

- Puxa vida, Zeca, sou seu pai. Não precisa fazer suspense. Vai me dizer que ela está grávida...

- Seria até bom se fosse isso!

- Você está me assustando. Desembucha logo o que o preocupa tanto. Que problemão é esse?

- Certo, eu vou contar, mas essa conversa vai demorar um pouco, você está com tempo?

- Fique aqui, filho, aguarde um pouco que eu já volto.

Saiu. Enquanto esperava ouviu o pai dizer à secretária que ele e o filho tinham algumas coisas importantes para discutir e que ela providenciasse água e café. Estariam na sala de reuniões e não era para serem interrompidos.

- Tudo bem, doutor Clóvis. Alguma previsão de tempo, para o caso de alguém ligar? – perguntou a secretária.

- Sei lá... diga que estarei fora e só retorno após o almoço.

Entraram e assim que a porta foi fechada o rapaz abriu o coração:

- Pai, você acredita que eu nunca transei com a Madá? Faz quase dois anos que a gente namora e nunca passamos de beijos na boca e algumas preliminares. Você sabe, ficamos noivos há três semanas e estamos de casamento marcado para daqui alguns meses apenas.

Zeca parou de falar e olhou para o pai que disse solidário:

-Você gosta de verdade da Madá?

-Claro que gosto, pai. Eu a amo. Ela sabe disso e sinto que também me ama, mas sexo, nem pensar. Ela não permite nenhum avanço, nunca conheci ninguém tão pudica. Perdi a conta do numero de vezes que tentei levá-la a um motel. Que esperança! Mas sei que ela não é feita de pedra; sempre que a tomo nos braços e nos beijamos sinto que seu corpo freme de desejo. Mas rapidamente ela se contém e voltamos na estaca zero. Não sei mais o que fazer, pai.

O pai ficou alguns momentos em silêncio, como se estivesse precisando de tempo para se convencer de que havia mesmo ouvido do filho aquelas palavras.

- Olha aqui, meu filho, nem sei o que dizer. Isso é uma surpresa total para mim; não fazia a menor idéia de que a relação de vocês fosse assim. Para dizer a verdade eu nem fazia idéia de que esse negócio de sexo só depois do casamento ainda existisse. Aliás, eu acho que se é como você está me dizendo, a moça deve ter algum problema físico, psicológico, sei lá.

- E o que faço, pai?

- Nestas horas é quando mais a sua mãe me faz falta, filho.

- Também sinto saudades dela, pai. Sorrindo, disposta a ajudar, e sempre com uma palavra amiga para a gente.

- Que será que ela diria a você se ainda estivesse entre nós, hein?

- Elas se davam super bem; a mamãe com a Madá.

- E o seu avô? A Madá tem verdadeira adoração por ele. É a maior puxa saco dele...

- É verdade, ela adora o vovô, talvez ele possa ajudar, conversar com ela, descobrir alguma coisa.

- Vou falar com seu avô. E vai ser amanhã mesmo. Uma coisa é certa: três cabeças haverão de pensar melhor do que uma.