Vinho Tinto Seco.
Um dia minha melhor calça se manchou de vinho tinto quando fui a um bar depois da dúvida se tomava vinho ou comia lanche. A fome corroia e era grande. Minha grana era para um ou outro: ou lanche, e dormia com a barriga cheia, ou vinho, e dormia com a cabeça cheia.
Diante tudo, miseravelmente, preferi o maldito vinho e acabei não só com a cabeça cheia, mas com a calça manchada. Nunca soube discernir prioridade entre um e outro, entre cabeça e outras coisas. Para mim tudo sempre foi igual. Cabeça cheia de massa estranha, calça cheia de fios que se interligam.
E, diante tudo, você ainda pode achar que estou feliz?
Por acaso alguém neste globo supõe que eu esteja feliz?
Poderiam supor também que finjo tristeza, ou o contrário!? Nada mal. Que sou ser cândido, plácido e humano, e que sofro por todos os crucificados? Enganam-se.
Não sou nada do que poderia ser e nem desejo o que quer que seja!
Não estou aqui para joguinhos de paz e guerra e nem li os russos à toa! Traduzido para o português, mas li!!
Diz-se que vinho bom é o que embebeda sem causar ressaca no dia seguinte. Acho que a regra segue para o restante das bebidas alcoólicas.
Sorte minha ser vinho tinto. Poderia ser sangue, já que naquele boteco, em pleno cafundó da zona leste, bem que poderia ser sangue. Antes “Sangue de Boi”.
Fui-me embora antes que o vinho virasse sangue ou vice-versa..., e sangue de gente nunca foi minha praia...
Pior do que não encontrar
Savok Onaitsirk, 04.08.11.