A Vida de um Louco.

Fred Começava sempre comendo cenouras e ouvindo Pink Floyd. Haviam certas felicidades que em tempos idos perpassaram por suas “retinas queimadas”, as quais queria repeti-las sempre e sempre. Sensações novas lhe eram abomináveis, rechaçadas veementemente.

Depois de umas três ou quatro cervejas aumentava o volume do som e metia Led Zeppelin, Black Sabbath, Nirvana, dentre outros loucos, os clássicos, fazendo com que os cães latissem em uníssono e a vizinhança ficasse coçando a cabeça, trancada na sala de suas casas, vendo as portas e janelas tremerem.

Nada podia ser feito. Tentaram de tudo, mas Fred conhecia e cumpria a lei. Nunca metia som em altas horas e nem fora de casa, o que tornava os anseios reclamatórios dos vizinhos totalmente infundados.

Tinha um kit droga (droga legal – ansiolíticos, anfetaminas e estimulantes, que comprava com receita médica na drogaria) no fundo de seu mundo imundo. Droga pra todo tipo de situação, desde um sono profundo até uma morte eterna. Sua vida em si era uma droga, uma draga danada, como dizem no interior.

Mesmo contrariando o maldito dito popular nunca fumou coca e nem cheirou maconha. Gostava de fumar fumo goiano, daqueles estoura peito...

Era muito só, só demais da conta, até que um dia, depois de duas semanas de silêncio profundo e um fedor que de sua casa advinha, chamaram mais uma vez a polícia e, arrombando tudo, viram que Fred havia morrido há um bom tempo, pelo estado de putrefação do corpo, morto curiosamente com um largo sorriso escancarado, denotando seus dentes rotos, jamais visto em anos de convivência social e salutar com sua boa vizinhança, diziam no velório...

A Vontade de quebrar sua última taça na cara fez com que Fred sofresse sérias lesões que os médicos disseram poder levar à morte.

Savok Onaitsirk, 09.08.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 10/08/2011
Código do texto: T3150857
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