A Velha e a Morte.

A morte feia e cagada surge nos vãos das colinas. Cagada supõe-se pelo fedor que exala por esses vales.

A velha olha da vidraça quebrada seu caminhar lento, encapada num calor de rachar mamona e carregando aquela foice que deve ter uns vinte quilos. A morte é doida e vai aonde for para cumprir seus desígnios.

A morte doida olha pra cima e vê a casa da velha, no alto da colina. A velha percebe que fora vista. Agora treme e olha para os lados, tentando alternativa. Mas é velha demais pra correr e não tem voz para gritar, e, mesmo se gritasse, naquela deserto de desesperanças, certamente ninguém a ouviria. Pensa em pegar uma faca para se defender, um pau, uma barra de ferro, mas cai sentada na cadeira balançando a cabeça e pensando no quanto é tola em pensar em digladiar com a morte, aquela coisa doida!

Pensa se já fez tudo o que queria na vida... Se foi mais feliz do que triste... Se sorriu mais do que chorou... Se amou mais do que odiou...

De súbito, segurando as cadeiras, com dores, abre a porta de deixa o vento frio e seco das colinas adentrarem em suas narinas...

Fecha os olhos...

Savok Onaitsirk, 25.08.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 25/08/2011
Reeditado em 25/08/2011
Código do texto: T3181145
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