O Inferno ou o Céu - Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.

Platão

A realidade, em si mesma, não é falsa nem é verdadeira. A realidade é o que ela é. O medo é tão sombrio que nem na ocasião de força, não nos mostramos acima dele.

Meus passos seguiam vagarosamente e apresado. O céu estava cinza e o calor era insuportável, estava completamente nu e meus olhos tremiam desesperadamente, as queimaduras sobre minha pele aumentavam a agonia. Olhei dos lados e uma multidão assim como eu se encontrava despida e desesperada seguindo o mesmo caminho. O caminho que nós seguíamos nos levava a uma porta, não sabia por que ir ao encontro dela e nem sabia se realmente ela existia. Quanto mais eu andava mais longe ela ficava, não podia desisti estava sem opção, algumas pessoas caiam sobre o chão que queimava como fogo com enxofre. Os olhos deles assim como o meu derramava lagrimas de sangue, o meu suor caia sobre o terreno que logo o vaporizava. Não amanhecia, nem anoitecia. Vinham gritos de todos os lados olhei para as pessoas, contudo todas estavam caladas. Parei por alguns instantes e vir às pessoas me ultrapassado tacando seus ombros sobre o meu. Lembrava de Londres cheio de pessoas e fumo, era assim a imagem, mas semelhante daquele lugar, a fumaça se espalhava para todo o lado e o vento não tinha destino, o suspiro vinha em meus ouvidos perturbando todo meu ser. Levantei e segui em frente. Pensar na razão naquele momento não era a forma de lucidez, a melhor opção era mergulhar sobre a loucura alucinatória do que se capacitar a acreditar na realidade não desejada. Lembrei de Goya o qual refletiu sobre: ¨O sono da razão produz monstros.¨

O tormento era evidente e quanto, mas andava mais e mais parecia que o meu objetivo distanciava de mim. Não sabia o que tinha por detrás daquela porta poderia ser a salvação, poderia ser apenas uma porta em meio o deserto maligno e diabólico. A esperança era a ultima amiga o que valia naquele momento era a perseverança. O lugar recordava o quadro de Saturno devorando um filho. Senti um leve toque sobre minha mão a apertando. Olhei para o lado direito era a mão de uma adolescente que assim como todos estava nua, estudei cada detalhe de sua formosura, seus cabelos cacheados os olhos verdes cheio de brilho e desespero, uma postura timida mas elegante, os busto vistosos e um corpo modelado de uma mulher belissima. Ela sussurrou em meus ouvidos dizendo- Não fique com medo, estou aqui. Sinta-se seguro perto de mim. – Eu esbugalhei meus olhos.A voz daquela adolescente era como voz de amante, sedutora e atraente. Por algum motivo voltei a sentir emoções ( naquela situação os sentimentos, emoções eram ausentes) mesmo palido e cansado arranquei do meu interior um sorriso o qual não foi correspondido , a adolescente baixou o rosto deixando meu sorriso em um vaco inexóravel. Voltei a olhar para o horizonte que mostrava a porta. Não tinhamos horas , mas fazia horas que caminhava talvez dias. O tempo se passava sem fornecer aviso a lógico era invisivel e a percepção do tempo era apenas um sonho. De repente um jovem se aproxima e olha fixamente para mim. Eu tento me distanciar dele, não obtenho sucesso. Ele olha cada vez fixamente fico sem jeito. Ele persegui meu olhar como um leão persegui sua presa. Empurro ele para outra direção, mas ele volta, repito novamente mas ele volta novamente. Olho para garota adolescente ela continua com o rosto abaixado. Fiquei tremendamente assustado,meus pensamento se embolava. Então o jovem diz - Conheço você, estamos agora no mesmo lugar. Você acha que vai alcança a porta, ninguém nunca alcançou a porta. Ela nos faz ter esperança, mas a esperança não nos produz vitoria, só conseguimos a vitoria por merito e você não tem isso.

Não compreendia o que ele dizia, nunca o tinha visto como ele poderia me conhecer. Perguntei – Tu me conhece de onde? - Ele virou o rosto em direção a porta e disse – Você passou anos fingindo , se escondendo da verdade. Você fez da verdade um falso julgamento da própria realidade, com freqüência, realizou tais operações tão automaticamente que não se fez consciência delas nem da seqüência em que foram executadas. Dias após dias se cobriu da escuridão. Lançou seu vazio em prazeres carnais, violentou as leis morais e abraçou a ganância como meio de filosofia sistêmica da vida. Agora se questiona por que se encontra em tal lugar. Eu me surpreendo com você. Não, você não estar no inferno. O inferno é pior que isso. Tu se encontras em um ambiente chamado decisão. A porta não é a saída ela apenas lhe fornece uma chance. Cuidado com o que escolhi, cuidado com a paixão, cuidado. – Olhei fixamente aos olhos dele enquanto ele se afastava. Foi embora sem ter respondido minha questão, mas ter deixado uma dúvida no meu pensar. A garota sorriu, virei meus olhos para ela, e ela encarou seu olhar no meu. Seus olhos era como olhos de um paraíso atraiam minha atenção, levemente ela disse – Não dê ouvido as asneias desse individuo. Eu cuidarei de você. – Eu estava totalmente perdido entre as proporções de tamanhas palavras. Quando dei conta a porta estava perto. O que nos separava dela era apenas uma floresta e um monte. As pessoas ficavam de frente a ela. O desespero o medo de encontrar algo pior por detrás dela movimentava no olhar de cada um que se encontrava La o receio de entrar nela. A garota disse- Vá em frente. – Ela me abraçou ferozmente, beijando meu rosto com seus belos lábios carnudo. A porta se apresentava em um monte e para abrir-la tinha que vencer a floresta e subir o monte, percebi que o medo daquelas pessoas ou espírito não se encontrava em abrir a porta, mas de vencer aquela floresta que tinha a aparência de uma besta, onde os gritos saiam dela. Eu recuei no mesmo momento o rosto da adolescente se tornou macabro.

- Não posso. - Eu disse.

- Claro que sim. Você tem coragem.-Ela disse.

Observei as pessoas se retirando do caminho da porta, estavam voltando para o inicio para tentar buscar outro caminho. Uma por uma foi se afastando, depois de alguns instantes só estava eu e a adolescente. O resto era apenas fumaça e gritos espalhado pelos lados. Ela disse - Você precisa ir, tem que me ajudar. Vou com você. Venha cá, se aproxime.- Fui em direção a ela, fiquei frente a frente dela, poucos centímetros separava nossos corpos. Ela colocou a mão direito no meu rosto cariciando, enquanto a esquerda descia sobre meu peitoral, não sei explica, mas nesse momento a dor e o medo se tornaram invisível. Logo percebi que sentia novamente meus órgãos, pensamentos, instinto e percepção novamente consciente, somente a visão daquele lugar tornava meu EU preso aquela realidade. Era como se ouvisse a canção ¨ Hotel Califórnia, ¨ naquele momento. A bela adolescente era tentadora logo me entreguei a ela. O sabor da luxuria no corpo dela era atrativo demais qualquer homem com consciência faminta faria o mesmo. A adolescente me beijou lentamente, eu assumir o desejo por ela correspondendo seus desejos, ela passava seus lábios entre minha orelha direita e meu pescoço rosando, afrodisíaco o desespero em ter-la. Não precisávamos se preocupar com as roupas nossos corpos encontrava nus sobre o céu acinzentado. Ela me jogou no chão o calor cobriu minha costa não importava. Ela ficou sobre me e cavalgava loucamente jogando seus cabelos longos de um lado para o outro com sua valsa de gritos fúnebres. Eu a possuí como uma fera possui a fêmea no acasalamento. Ela furou minha barriga com algo encontrado no chão. A dor era tremenda, ela continuava satisfazendo seus desejos enquanto olhava meu rosto deleitando da sua beleza, entre dor e prazer. Ela sorria e gemia fortemente. Eu sangrava muito, mas não importava dava mas prazer, peguei ela e coloquei-a de quatro penetrando com todo vigor. Então gozamos juntos. Ficamos alguns minutos deitados sobre aquele chão ardente. Ela se levantou pegou em minhas mãos e me levou para dentro da floresta. Tinha vendido minha vontade para ela. Na floresta observei crianças famintas, velhos gemendo e lagoas belas sobre a sombra da escuridão que cobria aquela floresta. Um velho nos ofereceu a volta para casa em troca devíamos deixar com ele nossa esperança, não aceitei a adolescente parecia não importar com aquilo, parecia que já tinha passado por aquele lugar. Encontrei uma criança que nos forneceu abrigo, não dormimos apenas precisávamos parar um pouco aceitamos seu convite, não sentíamos sonos e tentar descansar nos cansava mais. É inexplicável essa lógica, esse mecanismo, éramos obrigados sempre a continuar, senti um proletário escravizado. A adolescente se deitou sobre meu peito, eu a observava cuidadosamente. Levantamos depois de um tempo quando procuramos a criança para se despedi não a encontramos. Subimos o abismo, tinha a impressão que outros já tinham feito o mesmo. Chegamos diante da porta. A porta era toda de ouro com brilhantes. Uma luz saia por debaixo dela e já não ouvíamos mas gritos. Eu naquele momento estava apaixonado pela adolescente, uma paixão sem controle, sem escrúpulos e sem limites. A adolescente demonstrava uma alegria tão grande. Eu puxei a tranca da porta, abrindo a mesma. Uma luz anormal e linda saiu. Tentamos entrar os dois juntos. Mas a porta nos expulsou. Olhamos um para o outro. Uma voz saiu dizendo - Ssomente um pode entrar.- Olhei para o rostinho lindo da garota tinha uma beleza esbelta e exuberante, seus olhos se aparentaram inocentes e aflitos, cansados e medrosos. Olhei para trás e tremi. Era eu ou ela. Ela deu o primeiro passo em direção à porta, não me consultou se eu queria ficar. Ela foi seguindo. Eu a deixei ir, sabia se ficasse naquele lugar nunca mais voltaria para casa, pois era eu ou ela só tinha um lugar, mesmo se eu tentasse ir depois dela sabia que a porta não deixaria, eu entrar. Ela foi seguindo dando a costa para mim. Sobre meu rosto descia lagrimas pavorosas, a saudade do orvalho da manha, da comida e do mundo que outrora eu vivia apertava meu coração. Ela então entrou, a luz desapareceu ficou apenas um espelho que mostrava ela.Agora ela estava vestida com um vestido vermelhos brincos de esmeralda e um salto. Eu disse a ela – Seja feliz- Ela sorriu debochando da minha cara, senti medo,então observei ela se desfazendo, não era mais um adolescente mais uma mulher com corpo de meretriz, cheia de cicatrizes e um olhar que dava medo e logo foi desaparecendo, sorrindo da minha paixão por ela. Eu então entendi que não passava de uma armadilha da porta. Chorei fortemente ajoelhando sobre o chão que não era mais ardente. Tinha entregado minha oportunidade para aquele lugar. Gritei- Socorro, socorro- era inúteis os meus gritos. Ela desaparecera ficando apenas suas roupas brincos e salto no chão, o espelho me mostrou toda aquela química acontecendo, o sobrenatural sendo visto. Olhei para os lados e estava em um deserto com o sol sobre meu corpo, o lugar desaparecera, agora era outro lugar. Fui adormecendo lentamente. Acordei e estava na minha cama. Levantei. Observei sobre o piso do quarto um livro de capa preta escrito Sagrado. Abrir o livro senti um calafrio, enquanto abria os raios de sol que entrava no meu quarto permitido pela janela do mesmo batia em meu rosto. Abri por completa, e dizia assim:

"Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem" ( Mt 7:13 -14).

Compreendi que a porta larga alude ao "modo de viver, descuidado e pecaminoso, do ímpio, o qual nota que é mais fácil ser vingativo, sedutor, prostituindo a si mesmo, avarento e preferir aproveitar-se dos outros para enriquecer a si mesmo que andar de acordo com a regra de ouro". (Esse é o caminho que conduz ao inferno. O nome dessa porta larga é: egoísmo —os desejos próprios, pensamentos de orgulho, nossa justiça, os queridos pecados que escolhemos, nosso planejamento de vida e a nossa vontade. E fácil entrar por essa porta porque é larga.) - A outra porta é chamada estreita, larga o suficiente para que passe apenas uma pessoa de cada vez. Essa descrição da entrada e da porta me mostrou a dificuldade do primeiro passo correto em direção a Deus. A pessoa tem de vencer todas as suas inclinações naturais. Os pecadores arrependidos devem esforçar-se para entrar por essa porta estreita.

De repente meu corpo caiu por sobre o chão e se encontrava novamente no mesmo ambiente anterior com a bela adolescente. De entrada com a floresta um momento antes do ato, de ter coabitado. Ela colocou a mão direito no meu rosto cariciando, enquanto a esquerda descia sobre meu peitoral, não sei explica, mas nesse momento a dor e o medo se tornaram invisível. Logo percebi que sentia novamente meus órgãos, pensamentos, instinto e percepção novamente consciente, somente a visão daquele lugar tornava meu EU preso aquela realidade. Era como se ouvisse a canção: ¨ Hotel Califórnia, ¨ naquele momento. A bela adolescente era tentadora, a cena se repetia, mas resisti e virei o rosto. Corri em direção à porta atravessei a floreta sem descansar fiquei frente a frente à porta. Abrir a porta à luz veio sobre minha face. Então olhei para os lados. Fechei meus olhos e entrei, quando dei por conta abrir meus olhos e estava com as mãos no mesmo livro de capa preta. Então lembrei:

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da Lúz.

Platão

Davi Alves
Enviado por Davi Alves em 31/08/2011
Reeditado em 31/08/2011
Código do texto: T3192848
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