Um olhar marginal

Trazia desenhado nos olhos retratos da ultima desgraça

Nos sonhos amarras e nada de bom

Mão vazias, vontade de brumas

Tatuagem no braço

Caminhos perdidos

Mas não se achava nada estranho

Tentava contar folhas miúdas das árvores

Atravessava as ruas revendo antigas janelas

Sempre descalço, nada tinha para calçar

Dormira em tantas camas, as vezes nem cama lhe ofereciam

Dormia em qualquer lugar

Não, ele não estava perdido

Sabia seduzir certas mulheres

Fazia-se de filho, depois de amante

E desconhecido se fazia afinal

Suave, precário, era assim o seu destino

Um observador engendrando-se

Em desculpasmarginais

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 09/09/2011
Código do texto: T3209455
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