Não sou nada.

Sou o advogado mais ridículo que há por estas bandas...

Talvez o homem mais ridículo da face terrena...

Vai saber!?

O mais torto...

O mais tosco...

O mais morto...

Ou não...

“Os dados ainda estão rolando...”

Já perdi causas...

Causos...

Por vezes perdi até a esperança...

Perdi peso na balança e disseram que estava doente...

Nunca fui nada!

Como mil vezes o disse...

“Os dados ainda estão rolando...”

Sou o homem mais sórdido que outrem, um desconhecido, pode enxergar...

Meus dedos estão doendo...

“Os dados ainda estão rolando...”

Sou filho da terra que muito bem poderia ser chamada puta ao ter gerado (talvez sem querer!) tanta ganância e ignorância em forma humana!

Talvez quisesse escrever alguma coisa e não consegui. Talvez minha palavras fora ofuscadas na discussão; talvez meus pais não quiseram ou não puderam me dar instrução; talvez não tive alimentos, proteína o suficiente para desenvolver-me; talvez a região ou religião que me impuseram a viver e seguir formou-me assim, uma homem-cão, um ser no meio de mais de milhão, rindo, chorando e expondo minha opinião.

Talvez não...

Talvez sim...

Nem sempre se pode estar certo ou errado. Muitos ficam no meio fio, esperando a morte, ou no meio da fila a fim de que a sorte os sorteie.

Muitos fogem quando o galo canta. São bandidos!

E Juscelino, sua vida grandiosa e sua morte misteriosa?

E muitos outros que por aí quedaram-se anônimos em campos de batalhas, sem tempo sequer para escrever uma carta para o filho de seis anos que sonhava o pai voltando como herói, não como cadáver.

E o que eu ou você podemos pensar disso?

A cerveja no freezer pode esquentar?

As contas vencendo e talvez não haja dinheiro para pagar?

O que podemos pensar diante um homem que corre dois quilômetros segurando as vísceras para informar os demais de seu batalhão que a frota inimiga estava chegando, e morre a seguir?

O que podemos sonhar quando bem próximo dali um milionário otário e banal bebia chapagnha e comia uma dama que muito bem poderia ser sua irmã?

Sonha, irmão!!

Chora!

Veja sua mão e o que as ciganas disseram!

Acredita?

Acredita em si?

Acredita que pode fazer alguma coisa, que pode ficar para a história, que pode contar uma, sequer, que pode ser o que sempre sonhaste...

Você acredita em si?

Na sua vida houve tempo para isso?

Sou filho de Deus, como quiserem, por ser como todos, como todos querem!

Não sou nada e nunca serei, como poetizou Pessoa...

Sou o homem que quando alguma criança olha, chora...

Que quando um idoso vê logo pensa: pobre jovem!

Estou perdido dentro do que querem que eu perca...

Construíram-me um labirinto de idiotias...

E querem que o siga impreterivelmente...

Meu Deus!!

Queriam que eu fosse aquilo que quisessem que eu fosse, aquilo que não sou e nunca serei!

Sou um cadáver ambulante e me regozijo disso!

Um dia um amigo me disse, era tido como “borboleta de ferro”, sem má-fé:

“talvez precise parar de escrever!”.

Foi ao telefone... Havia um câncer entre a fiação...

Desliguei e chorei...

Peguei algumas cervejas e voltei a escrever...

SAvok OnAitsirk, 15.09.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 15/09/2011
Código do texto: T3221791
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.