de noite

Não acho, ele vem sim. Ele sempre volta. Bom,vou indo. Você não quer ir comigo. E a noite veio, o frio e aquele menininho sentado na escada do colégio. Depois de algumas horas, quase nove horas ele levanta e anda devagar, de volta pra sua casa. Foi olhando as letras do muro, que a noite

Quase não dar pra enchergar, viu seu próprio pé uma seguindo o outro, a barra da calça se movendo com a brisa que empurra suas pernas. O conga azul que pousa no chão e logo volta pra dar lugar ao outro. Acha engraçado como as pernas se movem se sua vontade, como se soubesse o caminho de casa. Abre a pasta, retira o desenho que foi feito em sala de aula. Gostou do desenho. Era uma noite um tanto mais escura que essa e uma pássaro branco voando perto da lua. Na sua noite verdadeira não tinha pássaro branco, mas a lua estava lá, grande e amarelo forte, invadindo as nuvens ao redor. Perto da sua rua encontrou o pai, apavorado, abriu a porta do carro e ele entrou. Não disseram nada um para o outro, o pai passou lhe a mão no cabelo, olhando pra direção.

Estava tudo bem. Desculpe, filho, o carro quebrou no caminho. Tive medo

- ta tudo bem,pai

- que bom, amanha prometo estar na hora certa

- eu sei,pai. Por isso esperei. Sabia que tinha acontecido algo. Fico bem que não aconteceu nada com o senhor

O pai aliviou o coração, viu que o menino ainda o amava.

O carro seguiu a avenida principal. Era natal e as arvores estava todos acesas de luzes pequenas de diversas cores. O menino olhava pelo retrovisor as arvores que ficavam pra trás. Viu as da frente, crescendo pra cima do carro, viu como passava rápido de dentro do carro. O pai perguntou se estava gostando da decoração da cidade. Disse que sim, enquanto mexia no porta-luvas e achou um bom-bom. Receber com um sorriso contido, abriu um pouco, mas os olhos continuava pra fora. Foi quando de repente se deu conta do sabor preferido. Comeu. Apertou a embalagem com uma das mãos. Viu o seu conga de novo, parado, um do lado do outro, azuis. Pai, preciso de uma sapato novo. A gente pode comprar amanha antes de sua escola. Ta bom. Já entrava na rua. Quando de frente de sua casa. viu que estava de novo se sentindo seguro

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 22/10/2011
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