Minha mãe é tão decidida

Adora quando minha mãe saia cedo trabalhar. Comecou fazer esse trabalho depois que meu

Pai perdeu o emprego de eletricista. Descobriu que tinha alguem que precisava apagar um cara.

Ela se ofereceu pra matar o sujeito de graça. Foi tao bonito , fez de um jeito que ninguem descobriu.

Arrancou as tripas dele e a arcada detada e levou pra provar. Ganhou um vaca de presente pelo bom serviço.

Os fazendeiros logo ficaram sabendo do talento dela. aos pouco nossa vida ganhou uma fartura sem tamanho.

Vida de rico. Tinha semana que ela tinha que matar até duas pessoas. Não gostava de axiliar. Fazia tudo pessoalmente. Usava facão. Não fazia barulho. Orgulhava-se. A noite na mesa e jantar. Ela contava como foi seu dia. Como pegou o homem, como arrancou seus braços, ou o pescoço. Amava quando dizia. O prazer que lhe dava tirar o olho deles, de colocar no formol e mostrar pro fazendeiro que encomendou. Uma vez ela trouxe um olho pra casa e mostrou pra gente junto com a sobremesa. Amo minha mãe, me agrada demais.

Teve um dia que ela me levou para o trabalho. “segura o braço dele que vou decepar”. Jura que posso, mãe. Claro filho. você merece isso, tem sido um bom menino. Ai que segurei com força. E ela mandou o facão forte. Foi sangue pra todo lado. Sujou meu sapato e espirrou na cara dela. foi tao divertido. Deu trabalho pra limpar meu rosto da pia, que estava cheio de gotas vermelhas. Matei meus irmãos de inveja. Nenhum deles tinha ido até o trabalho de minha mãe, muito menos particpado de seu serviço. Ela ainda me disse que quando eu crescesse teria meus próprios metodos, não precisava decorar o jeito. Desde que o sujeito morresse, não importava a maneira que matava. Isso me deu tanta segurança. Confiei tanto nela. Mais ainda. Queria contar na escola, pena que não podia, afinal era segredo sua profissão e não podia sair espalhando, ainda mais que a roupa nova que ganhei e um conga azul fui fruto de seu trabalho duro.

Meu pai não aceitava muito minha mãe ser uma mulher independente. Dizia que isso não era trabalho pra mulher. Matar gente assim. Minha mãe só olhava pra ele e segurava o facão, ele ficava quieto. Dali a pouco estava elogiando dizendo que gosta de ser casado com uma mulher tão valente e decidida. Minha mãe também deixava meu pai muito seguro. Confiava demais nas palavras dela. tanto é que nunca era contrariada.

Uma vez ela estava resfriada e não pode executar um contador da cidade ao lado, perguntou se eu podia fazer isso pra ela. como eu já estava rapazinho aceitei, queria fazer algo sozinho, que deixasse ela ainda mais orgulhosa de mim. Tirei fotos, arranquei todos os dentes dele. Um a um com ele ainda vivo, com um formão e uma martelo, claro que prendi ele de cabeça pra baixo e apoei a cabeça dele numa pedra. De vez em quando dava um pontapé na cara. So pra ele não ficar com tédio. Ficou a boca afofada sem dente. Tão engracado. As fotos espalhei no meu quarto e minha mãe me encheu de beijo com esse serviço. Fiquei até sem graça porque já estava grande. Não era confortável receber ainda tanto carinho de minha mãe.

Teve um dia que minha mãe perdeu a paciência, meu pai chegou bebado e ela meteu a faca nele. Mas acho que nem era por causa da bebida. Ela explicou pra gente na hora do jantar. Nesse dia não fiquei alegre

Mas tentei compreender. É que gostava de meu pai. Ela disse que meu pai não respeitava o seu talento. E que ela cansou de querer ser reconhecida...ai achei justo. agora todo dia eu elogio minha mãe.

reconheço que ninguem faz esse trabalhor do que ela. eu até parei de me dedicar muito....

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 08/11/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T3324642