O amor é fatal(2° parte)

Ele acordou atordoado. Fitou as paredes nuas do quarto e perguntou-se por que ainda estava deitado até àquela hora da tarde.

Vozes atravessavam a porta cerrada, e ele conseguiu pescar algumas palavras: Apaixonado... Muito mal... Amor não-correspondido... A confusão se dissipou e ele lembrou o motivo de estar ali. Fechou os olhos com força, tentando barrar a enxurrada de recordações que viriam. Mas de nada adiantou.

Foi há dois dias atrás. Ele resolveu sair de casa, desobedecendo as ordens da mãe. Queria ir até a venda, comprar alguma coisa. E então, a viu. Ela caminhava de braços dados com uma criança, e aparentava ter uns vinte anos, talvez mais.

Ele sentiu uma mudança em si mesmo. Não conseguia afastar os olhos dela. Uma euforia o inundou. Perguntou ao dono da venda quem era a moça e obteve a maior decepção da sua vida: ela estava noiva do médico.

Voltou para casa rapidamente. Sentia uma dor e um desânimo profundo. Não quis comer nem ouvir falar de nada. Consequentemente, ficou doente.

Abriu os olhos. Por causa das lembranças, uma forte dor atravessou seu coração, que começou a bater alto, muito alto. Parecia que o som estouraria seus tímpanos, e ele ficou surpreso por ninguém mais escutar.

Subitamente, ele soube que lhe restava apenas alguns segundos de vida. Era isso que aconteceria? Morreria por nada? Não, ele próprio se contestou, morreria pela sua amada. Fixou na mente o rosto dela, enquanto seu coração, antes alto, batia cada vez mais fraco, baixo...

Até parar.

Elaine Rocha
Enviado por Elaine Rocha em 21/12/2011
Reeditado em 30/06/2012
Código do texto: T3399749
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