o calça molhada

CONTO

O Calça Molhada

Amazônia como um dos principais biomas do mundo com sua fauna e flora ainda inexplorada, assim como, encantos paisagísticos também esconde, muitos mistérios que, desafiam nossa imaginação.

Experiências vividas por muitos ribeirinhos no interior da Amazônia e confirmada em outras localidades através historias contadas por ancioes, e comunitários, confirmados em trabalhos escolares com alunos e outras pessoas que tambem vivenciaram esses fenômenos.

No inicio da década de oitenta em comunidades, ribeirinhas nos povoados todos se conheciam, conversávam trocavam ideias, sobre lendas histórias contadas por tios, amigos e pescadores, e algumas vezes tínha-se o privilégio de acompanhá-los, nessas aventuras, nesse período o meio de transporte mais popular era a canoa, a tradição dos canoeiros, pois motores eram muitos poucos, havia uma cultura pouco usada hoje, trata-se, do advento da energia elétrica, e consequentemente a produção do gelo, na época era muito usado o sal, pois as canoas eram equipadas com vários artefatos que permitiam, os pescadores passarem mais de uma semana no lago como chamavam os locais de pesca, tinha o japá, uma espécie de palha tecida, usavam-se duas peças o toldo dianteiro e o traseiro o fogareiro era indispensavel, pedaços de lenha, panela prato, e o tucupi (liquido amarelo que extraído da mandioca com a pimenta) e a farinha claro era o complemento do cardápio, pegava-se o peixe e assava ou cozinhava, depois do almoço descansava um pouco, enquanto a malhadeira estava esticada para não desperdiçar o tempo, no toldo traseiro em cima do assoalho tinha um forro com panos grossos que serviam de cama, Após o descanso tomava a limonada muito comum o uso do limão para lavar o peixe tamtam, e só então verificava-se malhadeira se tinha algum peixe, após colher a malhadeira fazia-se o trabalho de cuidar eos peixes e salgar e estender na tolda para secar.

A comunidade com poucas casas e poucos moradores só possuíam três ruas que pareciam com caminhos feitos por pedestres que trafegavam uns para as casas uns dos outros, à noite quando cessavam as brincadeiras e o motor que gerava a luz era desligado, acontecia uma coisa muito interessante e sinistra, ouvia-se ao longe saindo das matas das ensiadas a partir das nove horas da noite, passos firmes como de alguém apressado, o barulho como se estivesse com as calças molhadas, que ao se aproximar da parte da frente da comunidade era seguido por latidos furiosos dos cachorros, que se aproximavam e se afastavam como se estivessem avançando e incomodados com o estranho, e cada vez mais aumentava o numero de cachorros que acompanhavam o cortejo. Até o porto onde o mesmo se lançava nas águas e ouviam-se agito de botos que paravam somente alguns minutos depois, e só então íamos descansar, pois, ficava um silencio muito grande, o mais interessante é que as pessoas não comentavam tanto, simplesmente aceitava como natural, claro que havia uma curiosidade em desvendar o mistério, surgiam varias historias uns diziam, que era pessoas da comunidade que se transformavam em um boto e outro era o matim,

E na noite seguinte, seguia o ritual, da mesma maneira, inclusive já se tinha o fenômeno como normal, pessoas diziam vamos jantar e nos preparar que daqui apouco vem o calça molhada, e por incrível que pareça ele passava em varias comunidades, nas noites escuras, todos ouviam o estranho, que só parou de circular, quando foi urbanizado e a luz passou a ser vinte quatro horas.

E até hoje nas comunidades ribeirinhas da Amazônia mais distantes, ainda acontece esse, fenômeno que todos ouvem mais não sabem explicar, porque não conseguem ver.

Relatos de pessoas da comunidade senhores, diziam que alguns tentaram sair à noite e ver o que era que acontecia realmente, e oque era o tal fenomenos, todos arrepiados e tomados de medo não conseguiram ficar até o momento em que ele passaria, e até hoje persiste a pergunta quem é o estranho das noites escuras que recebeu o nome de Calça molhada?