Idéias Soltas - Lia Normanda 15/-1/2007

Idéias Soltas

Lia Normanda

15/-1/2007

Quanto tempo não escrevo algo na minha escrivaninha? Perdi a noção, estudos,trabalhos,festas de final de ano, acidente familiar, e um namoro acabado sem duras penas e um investimento numa paquerinha iniciada com carinho, respeito, sorrisos e confiança.

É confiança a base de todas as ações. Hoje o chamei de meu, ui, tomei um esfregaço pelas fuças, não sou seu, nem ao menos a conheço pessoalmente, e eu engoli em seco, fiz que não entendi continuei uma brincadeira meio sem graça, dessas que a gente se perde e fica amarela. Mas, entendo o que ele quis dizer. Você não tem valor algum se é virtual. Fazer o quê? É verdade! É confiança poder escrever para o outro algo assim, e cabe àquele que leu calar e melhorar, sim, não é meu, não posso cobrar nem a presença, nem um beijo, nem um vem cá, nem muito menos se der liga pra mim porque sinto saudades. Foi dado limites baseados na confiança de não ser um pronome possessivo.

As moças que já passaram pela situação de esperar o ser amado um dia inteiro e ele estar pescando com amigos numa lagoa de Usina, o que pensaram? O que sentiram? O que vivenciaram em seus sentimentos virtuais?

As moças que experimentaram ler um e-mail mais ou menos nesses termos: gostosona sou seu fã, mas fui assistir ao jogo, se quando eu voltar você estiver na área nos falamos caso contrário só amanhã. Qual o susto ou qual o sentimento de troca? Sem posses, nada de possessivos, quero as respostas simples e objetivas, não tenho nada contigo pra ser seu, portanto não fale o que não deve e nem pense o que não pode.

Estou na posição da mulher desesperada! Que pensar? Estou na prateleira ou num jogo de conquistas onde as minhas antecessoras deixaram várias feridas ou profundas cicatrizes já curadas, mas ainda permanece a tatuagem ali latente em suas cores? Pare, que todo caminho para Roma pode ser bem mais atrativo que meu sorriso amarelo na foto do “msn’’?

Respondam-me, o que é não ser meu, ou nosso? É ser o que?

Tenho que confiar em alguma situação de verdade ou mentira, tenho que imaginar um universo rosa, florido, com relvas , beija flores e crisântemos, tenho que sonhar com alcova ou um filme de Almodóvar?

Onde as realidades se unem no cruel imaginário da mulher apaixonada baseada em confiança?

Como posso mirar a base de um olhar que quer ver o mundo sob a óptica boa, livre até musical?

Alguém que pensa em sentir o amor funcionar, de uma vez que amor não significa apenas um sentimento de raspagem no ego e sim de poder dizer estamos no céu.

Por favor, pensem nos dramalhões mexicanos, nos choros convulsos do teatro italiano e na realidade crua sintética da sintática vida de um personagem comedor de pães com salsichas na carrocinha do homem que vende refrigerantes e guloseimas na esquina.

Se o amor eleva-se o êxtase, a alma voa aos céus e resume-se apenas ao sentimento orgástico? Não somos diferentes dos outros da mesma espécie, o orgasmo é divisão ou união? É meu e seu, ou nosso?

Até a prática solitária do prazer é compartilhada com um pensamento estimulante de quem se imagina fervendo dentro de si.

Normanda