E A NAVE VAI
No renascimento, época em que a Europa acordou do sonho encantado da Idade Média, em que foi inventada a imprensa e se conheceu a bússola, Pedro Álvares Cabral ultrapassou seus limites e descobriu o Brasil. Oito anos antes, Crístóvão Colombo, a América.
Grandes navegadores, também, foram os piratas. Eles não assumiram nenhuma grande descoberta, mas seus esconderijos ficavam nas ilhas do Caribe. Mar morno, azul turquesa e areia branca, o melhor pedaço do globo, eu diria.
Segundo Buckminister Fuller, em seu livro Operating Manual for Space Ship Earth, os grandes piratas eram dotados de imensos e diversos conhecimentos e avessos à especialização. Enquanto muitos homens olhavam para o céu e viam as estrelas, os piratas viam mais... viam para onde iam, num mapa invisível para o vulgo.
Os grandes piratas foram os primeiros cidadãos do mundo, pessoas que se lançavam ao vento e rompiam as fronteiras nunca dantes navegada. Possuir um navio transatlântico naquela época era o mesmo que ter uma nave espacial nos dias de hoje, com o detalhe de que os piratas eram pessoas comuns e não Estado ou Corporações.
Foi uma época em que o mundo expandiu seus limites e as trocas se tornaram universais.
- Can you hear me, Major Tom?