SOCIEDADE DA LAMBANÇA

De um céu causticante, ás nuvens escuras. Relâmpagos lampejam sem parar. E a chuva não custou a cair com toda sua intensidade. Todos assustados por ver o fenômeno bradar sem uma explicação quem pudesse dar.

Pastores esquelam a todo canto, já chegou o aziago, vamos todos purgar:

O Juiz, o Prefeito, o Vereador e o latifundiário:

-euvidamos, pois não podemos chegar tão cedo a uma catastrofe que só está no imaginário popular. Isso é besteira. Deus não faz nada contra os seus filhos, cumpridores dos seus deveres e que se preocupam com o povo em particular.

O Cientista é chamado. Um avião foi fretado para logo chegar e dirimir tão grande aflição.

-Calma, não tem nada que temeis, diz o Cientista, esse fenômeno é natural, pois o homem muito tem intervido no meio ambiente, causando essa desconexão climática.

O Juiz, o Prefeito, o Vereador e o Latifundiário:

-ah, que bom. Valeu a pena trazer tão alta inteligência aqui, só assim podemos dormir tranquilos.

O Pastor também se juntou a reunião.

O Prefeito, o Juiz,o Vereador e o Latifundiário, falam para o mensageiro de Deus.

-Não há com que se preocupar, o fenômeno vai parar.

O Pastor:

-os meus fiéis pensam que o fim do mundo no findará. Tanto é que já recolhi dinheiro para que todos possam flutuar no céu primaverio calmiscarado.

O Prefeito, o Juiz, o Vereador e o Latifundiário:

-não tem importância, o povo realiza-se em doar,principalmente quando se trata da fé. Você é um privilegiado, nada melhor do que ser um interlecutor direto de tão alta força.

O Pastor:

-convém não abusar desses pobres coitados, um dia eles acordam e estamos fritos.

O Prefeito, o Juiz, o Vereador e o Latifundiário:

Você não estudou história? Esse tipo de despertar já não tem resonância, ainda mais nesse lugar. Esse povo enquanto tiver divertimento chulo para se soltar e mais ainda com você para se vociferar, não temos do que nos queixar.

Os relâmpagos se escasseam, a chuva está dormente e todos voltam a cumprir o papel que lhe cabe nessa sociedade pujante e da lambança.

inclemente
Enviado por inclemente em 18/02/2012
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