NA VARIETUR

Teve um tempo em que a história não registra oficialmente por falta de elementos comprobatórios onde dominou assim como os homens também o fazem nos dias hoje, os animais muito inteligentes e sagazes formaram uma sociedade organizada em sua constituição política,econômica e social.

Tinham os defeitos e qualidades de nós seres humanos,se bem que nesta história que ora vamos conhecer é mais para o lado falho do ser humano do que suas virtudes.

Na escola NA VARIETUR era como muitas que existiam nessa época,só que tinha uma singularidade,se situava num nível de civilização ainda bastante precário.As condições de existência da maioria dos animais deixavam a desejar. Havia uma parcela dos bichos que dominava uma grande quantidade da riqueza desse local.

Por ser uma escola pública de nível médio e de porte grande, fazia crescer a ambição dos mandatários do poder do VALE DOS SEM FUNDO. Para entendermos um pouco os mecanismos e interesses que estavam por trás dessa ambição toda, temos que conhecer como funcionava o processo pela luta pelo poder do VALE DOS SEM FUNDO.

Nós seres humanos talvez tenhamos aprendido desses remotos tempos o processo de sucessão eleitoral e toda artimanha que conhecemos para se chegar ao poder como também para se manter no mesmo.

VALE DOS SEM FUNDO tinha um chefe político bastante poderoso. Era ele que que comandava os desígnios da maioria da bicharada. Sr. ONÇA gozava de um respeito nunca visto naquele milímetrofe . Tinha os seus sequazes e puxa-sacos.

NA VARIETUR era um ponto estratégico para que o Sr. ONÇA e sua família mantivesse seu poder e domínio das riquezas do VALE DOS SEM FUNDO.

Descreveremos a partir de agora como funcionava o mecanismo de funcionamento de NA VARIETUR.

Os bichinhos que estudavam tinham na sua maioria idade para votar, a perspectiva de controle dos votos enchiam os olhos do Sr. ONÇA, e para isso ele não poupava estratégia política para conseguir seu intento. Como tinha muta influência no mando e desmando no VALE DOS SEM FUNDO, o Sr, ONÇA indicava para a direção do NA VARIETUR bicho da sua confiança que fazia a política do adormencimento crítico dos que lá estudavam.

O Sr. ONÇA controlava com patas de ferro que ousava destoar suas ordens. Aliás, nem precisava tanta vigilância assim, pois com raras exceções, existiam sim uma veneração por seu métodos e posturas no dia-a-dia dos senfundeses .

A partir de agora descreveremos passo a passo como eram e como agiam os professores do NA VARIETUR.

Nossa primeira personagem era uma professora nada dissimulada,agia ás claras em favor do Sr. ONÇA.Professora EMA uma conservadora das mais legítima,era a que mais ardorosamente defendeu os interesses do Sr. ONÇA,embora tivesse lá seus seus interesses.Mas ela era tão fissurada no Sr. ONÇA que se ele tivesse instituído um crachá para identificar quem era entre os seus seguidores o mais seguia a sua cartilha, ela teria colocado no meio da selva animalesca seu pau para se pendurar e esperar para se a primeira da fila para receber o crachá e colocar no pescoço a tão honrada insígnia.

Temos alguns outros personagens que iremos identificando aos poucos conhecendo na tão badalada escola NA VARIETUR.

A professora PERUA acabara de de formar-se em uma dessas faculdades particulares de fim de semana espalhadas por muitos lugares do reino animal.Sr. ONÇA não gostava muito ou nada desse tipo de conhecimento acadêmico. No seu imaginário, VALE DOS SEM FUNDO deveria ser ágrafa .Contudo, o Sr, ONÇA não tinha esse poder que pudesse deter a globalização da bicharada e do todo reino animal.

No entanto, pelo aprendizado que a professora PERUA obtivera no seu curto período de estudo, pouco adiantara ao seu intelecto. Lera alguns desses livros que fala da mudança radical no processo de avaliação,aquelas teorias que extinguem de vez as provas escritas sem levar em consideração todo um contexto animalesco vivido pela bicharada naquele dado momento.

A professora PERUA tratou logo de querer aplicar esse modernismo na escola, mas como sempre tem alguns sensatos em alguns momentos,a professora PATA mais sóbria,mais pé no chão, um dia chama-lhe a razão,dizendo-lhe que só esse tipo de mudança abrupta na escola não seria suficiente ,porque mudanças como essas teria que ser estrutural e não algo isolado . Ainda acrescentou ,você propõe isso aqui NA VARIETUR porque seus peruzinhos estudam em escolas particulares.

Professora PERUA ficou calada, não tinha argumentos contrários.

Professora GALINHA só andava emperiquitada,empinada. Seu curso de português só serviu para lhe por um diploma. Não conectava nada com nada. Gostava mesmo era viajar, conhecer novos reinos animais,trazer novidades para vender aos professores,Nada de compromisso muito sério com a educação. A vida para ela teria que ser aproveitada o mais rápido possível, essa era sua filosofia de vida.

Professora AVESTRUZ era uma ave enrustida,complexada,mal amada,frustrada. Era uma ave que demonstrava mais seus defeitos do que suas virtudes. Muito tirada a saber de tudo,adorava estar em público pra exibir os parcos conhecimentos adquiridos Universidade,Universidade essa que ela propalava aos quatro cantos do prestígio da mesma.Mas o prestígio de uma instituição não faz dos seus aprendizes sábios,saem também medíocres. Seu maior prazer era participar de reuniões onde se faziam presentes autoridades,principalmente as detinham poder político. Se pavoneava para os que estavam a lhe observar. Seus discursos em favor da educação era comovente que quem não lhe conhecia se embalava no sonho para um mundo animal melhor. Já sua prática...Ficava bem longe do gogó. Teve uma verdadeira admiração pelo Sr. ONÇA, sonhava vinte quatro horas por dia com sua volta ao poder de fato na administração DO VALE DOS SEM FUNDO.Desejava ardorosamente ver o Sr ONÇA voltar a comandar com patas de ferro os animais,contudo, enquanto esse tempo não chegava era melhor aprender a lição do grande sábio CAMALEÃO, ensinamento esse que todos com o mínimo de inteligência deveria seguir, pois seus ensinamentos tornariam-se eternos.

Professor CORUJA era um professor muito preocupado com aprendizagem dos seus pupilos, entendia ele que sem uma formação de uma consciência política constante do mundo animalesco ficaria a mercê da tirania do Sr. ONÇA e de sua família.Porém, ele que lutou sozinho e não conseguiu desmontar a cultura da inoperância, da subserviência ao oncismo, embora tivesse aqui e ali ajuda de algum professor,entretanto, houve um descompasso,um vazio em sua luta. As críticas foram todas dirigidas a ele ou quem se metesse a fazer algo inovador. Estrategicamente faziam de tudo para desestabilizar o trabalho do professor. Os oncista sabiam que com os animaizinhos mais conscientes perderiam status que tanto desfrutaram com o Sr.ONÇA. Queriam-nos néscios e bem mansinhos como foram os seus antepassados. Os oncistas temiam perderem de vez o prestígio e consequentemente o domínio DO VALE DOS SEM FUNDO.

Professora GRALHA também era uma oncista ,tanto fez que conseguiu ser indicada por cinco anos como diretora da NA VARIETUR. Aliada do Sr.ONÇA,o todo poderoso , conseguiu o cargo tão disputado por muitos professores da escola. Professora GRALHA sentiu um alívio por ter saído da sala de aula. Sentiu um pouco o gostinho do poder.

NA VARIETUR sempre foi cheia de folclores, no entanto, teve um que se destacou entre os demais,teve um fato que ficou na memória DO VALE DOS SEM FUNDO. Professora GARÇA era uma professora ,digamos,

singular,era daquelas que ia a escola porque se sentia obrigada,mesmo porque ela tinha um emprego bem mais vantajoso,mas não podia deixar de tirar seu dinheirinho do sistema público,se pudesse nem triscaria os lindos dedos dos pés na dita cuja, mas a notinha falava mais alto.Como não estava acostumada a frequentar a NA VARIETUR,a professora não conheciam e nem sabia o que ocorria na escola.E quando lá chegava passava assuntos bem resumidos ,trabalhos fáceis . E as provas? Era uma verdadeira brincadeira de mau gosto, questões de alternativas de cinco questões,todos os animaizinhos passavam sem dificuldades.Mas o mais ficou badalado não só NA VARIETUR ,mas no VALE DOS SEM FUNDO todo foi quando ela passou de ano um animalzinho que já estava morto. Só vivia emperiquitada,chamava atenção por sua elegância.

O professor Búfalo não disputava com o professor CÃO quem era mais pegador, cada um com suas estratégias para atrair as fêmeas,mas numa coisa eles se igualavam, davam preferência as fêmeas aprendizes ,pois eram novinhas, e para burro velho capim novo, já dizia um grande poeta perdido por ai.Professor Búfalo tinha um grande problema ,era muito grosseirão,um professor despreparado para lidar com educação,na verdade ele nem era do ramo, vinha do setor bancário,mas ninguém sabe mesmo como se meteu nesse setor.Contudo como o VALE DOS SEM FUNDO tem seus mistérios,seus jeitinhos não é de se espantar com mais um ser estranho fora do ninho ou no ninho errado.

O professor TATU ,outro professor dessa badalada escola ,um fanfarrão,tinha grande projetos políticos para carreira,dizia-se vítima da política partidária do VALE DOS SEM FUNDO. Professor TATU teve uma atuação bastante preponderante em favor da democracia em VALE DOS SEM FUNDO,mas na escola seguia a filosofia do sábio CAMALEÃO,não se expunha,fazia a mesmice que os oncistas faziam.

Professor CÃO foi outro personagem histriônico .No inicio um oncista legitimo,mas com o passar dos anos aprendera também com o sábio CAMALEÃO,adaptou-se imediatamente aos novos tempos. Gostava da política,aprendera muito com o mestre ONÇA,as manhas ,as artimanhas da política .Tinha um verdadeiro fraco por fêmeas discentes. Usava a lábia para usufruir ganhos carnais. Seu saco escrotal era comentado pelo volume que apresentava aos olhos de lince. Sua performasse cruzalista era de causar inveja aos seus colegas machos. O professor CÃO também tinha sonhos altos,inúmeras foram as tentativas para obter um dos cargos na Assembléia ,mas sem muita ressonância. Preferiu galgar mais alto ainda,candidatou-se a chefe da administração DOS VALE DOS SEM FUNDO,mas como era previsto o resultado foi pífio ,e o professor CÃO enrolou seu rabo entre as pernas e continuou sua vida medíocre como a maioria dos seus congêneres .

Neste momento faremos um corte para entendermos um pouco a política DO VALE DOS SEM FUNDO. Quantos e quantos anos aquela escola não serviu como embotamento dos senfundeses? E nenhum bicho daquela comunidade escolar tomou alguma atitude contra toda aquela indecência . Foi um palco de espetáculo de alegria do Sr. ONÇA e dos oncistas. Com o passar dos anos novos ventos passaram por lá.A bicharada foi perdendo o tom ovelhistico que tanto acalentava os oncistas , e a bicharada deu um basta a truculência, ignomínia ,a desfaçatez da administração dos oncistas.

Na eleição tudo levava crer que o Sr. ONÇA levaria mais uma, no entanto, a bicharada revoltou-se e de uma forma surpreendente deu um basta a tudo que sombreava um época mais longínqua .

Diante dessa turbulência política e um contexto político oportuno apareceu como um grande salvador da pátria o professor SAPO, animal da bicharada, veio lá de baixo,dava uma aulinha aqui, outra ali,e assim se virava para sobreviver. Muito expressivo, tinha um bom gogó,cantava muito nas lagoas,tanto é que quando tinha oportunidade durante sua administração mostrava o seu lado cantorio nas festas das sapadas.O professor SAPO não pertencia ao quadro de professores do NA VARIETUR,pertencia as escolas da administração DO VALE DOS SEM FUNDO,é como fosse hoje nível municipal.

Fez uma campanha batendo forte na péssima administração dos aliados do Sr. ONÇA. O Sr. ONÇA foi alvo de muitos processos,mas se livrava de todos,nada como ter dinheiro.

Entre tanto , as coisas não foram como esperava a maioria da bicharada DO VALE DOS SEM FUNDO,aos poucos a situação foi se clareando, e o professor SAPO podia sim, ser deglutido pelo comando do Sr.ONÇA.

Existia também uma Assembléia da bicharada eleita com intuito de fiscalizar o administrador DO VALE DOS SEM FUNDO. Os assembleísta tinham um forte compromisso com o Sr. ONÇA, assim o professor SAPO ficava nas mãos do Sr.ONÇA, pois toda as decisões da administração tinha que passar pela Assembléia .Desta forma boa parte dos animais da administraçao era bicho do Sr.ONÇA.Contudo, mesmo com as amarras políticas ,o professor SAPO se acomodou ao poder e começou a se sentir muito bem e dele desfrutar o que tinha de melhor,não ligando a mínima para o que estava ocorrendo com outros setores DO VALE DOS SEM FUNDO.

O professor SAPO foi também alvo de denúncias por se beneficiar das coisa pública. Não resta menor dúvida que o Sr. Onça fez escola nas paragens DO VALE DOS SEM FUNDO.Anteriormente o professor SAPO vivia numa humilde lagoa, a água aos poucos estava secando,mas do que de repente estava administrador e dono de outras lagoas,incomparavelmente maiores e repleta de água. O professor SAPO não podia reclamar da sorte.

Infelizmente se NA VARIETUR existiu não deixou saudades para as gerações animalescas posteriores ,mas apenas um aprendizado de tudo que não deve ser repetido para nós seres humanos que entendemos sermos mais evoluídos do que nosso ancestrais .

inclemente
Enviado por inclemente em 26/02/2012
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