O apagão e a ave.
 
Novo apagão! Através da janela da sala eu procurava alguma luz acesa. Nada! Meu jardim estava tingido de preto. Meus olhos mal distinguiam as formas da pequena árvore, por causa da total escuridão. Ouvi um baque na janela e sem medo abri a porta e saí. De novo ouvi um bater de asas com penas amedrontadas. Olhei na direção do barulho que se fazia ouvir. Meus olhos já se acostumavam com o escuro. Era uma pequena ave postada sobre o beiral da janela. Eu a pequei com mãos salvadoras. Senti seu coração bater aceleradamente. Em poucos minutos, o calor de minhas mãos fez a ave se acalmar. O seu coraçãozinho batia de leve. Entrei na minha casa à procura de uma caixa de sapato. Coloquei a ave bem devagar dentro dela, ela se sentiu segura e se alojou. Horas depois o apagão se despediu. A ave acordou de seu breve sono, mas ali permaneceu repousando. Coloquei uma vasilha com água e a ave dela bebeu. Eu me arrumei no sofá para um cochilo. Assim que o dia amanheceu eu acordei. Abri a janela, fui até a caixa, peguei a bela ave e voltei à janela. A ave chilreou para se despedir de mim e depois voou.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 21/03/2012
Reeditado em 29/11/2016
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