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Estávamos , como agora, na época  de Páscoa e  lá na casa de sua filha, vovó Giulia   contava para o neto Pedro, de quatro anos.
 

Um pouco mais distante, brincando com seus carrinhos, estava Julinho, de cinco anos.
 

 

Pedro ouvia atentamente, olhinhos vibrantes como sempre ficava e Julinho  ouvia, mas fazia não ouvir. Estava mais interessado em brincar.
 

 

Vovó Giulia continuava:

 

Então, nossa casa era preparada, colocávamos cestinhos com macela(*) dentro e sentíamos um cheirinho delicioso. Era cheiro de Páscoa.

 

Quando isso estava preparado, casa limpinha, ouvíamos um toc, toc, toc  . Batiam à porta, fala ela.
 

 

Fui abrir e sabem quer era?
 

 

_ Era o  Coelhinho que, já cansado, vinha carregado de pincéis, tintas , ovos de galinha e outros de chocolate.

 

Apenas entrava, me pedia para o levar até a cozinha e lá, ficávamos horas conversando e eu o ajudando.

 

Ele pintava ovinhos de galinha cozidos, colocava decalques(*) em cada um deles ou então fazia bolinhas de tintas coloridas e misturadas, em suas cascas.

 

Eram lindos!

 

Depois ele me perguntava como todas as crianças tinham se comportado e assim, ia, com minha ajuda, colocando os ovos no cesto para cada um.

 

Misturava alguns de chocolates e coelhinhos também.

 

Depois disso, passava sua patinha pela farinha e deixava as marcas no chão , da sala até a cozinha e dela até a porta de saída. E , na maçaneta dela, deixava o pano sujo das tintas coloridas  que havia usado para pintar os ovos.

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Tão logo ele saía de nossa casa, as crianças, que eram quatro, vinham correndo ver ... Viam apenas as patinhas e o pano na porta e era uma festa.

 

Significava que o ninha já estava garantido. Porém ainda escondido e só no dia seguinte, no domingo de Páscoa, ao acordarem iriam procurar os ninhos.

 

 

À essa altura, Pedro e Julio já estavam juntinhos de mim, olhos mais luminosos ainda..

 

Escutavam atentamente e depois, iriam dormir para no dia seguinte acordar e ter seu domingo de Páscoa sonhado.

 

 Quando tudo está assim calmo, num ambiente de harmonia e paz, eles já de pijaminha deitados, vovó Giulia ria sozinha...

 

Recordava os bons tempos, onde a inocência imperava e se sentia feliz.

 

Agora vendo o brilho dos olhos dos netos, que nunca tinham vivido essas emoções, vê que ela até pode ter errado com seus filhos.

 

 "Mentiu" tantos e tantos anos nessa época para eles.

E agora estava tentando fazer isso com os netos...

 

Porém, ela sabia que eles descobririam aquela mentira em poucos dias... Não duraria muito! Eram espertos demais!

 

E achava, aliás, estava convicta, que era uma mentirinha muito do bem, servia par alimentar a magia, a imaginação daqueles seres a que tanto amava...

 

 

E assim, naquela Páscoa, ela sentiu um outro gostinho...

 

Estava novamente mais animada!

 

A magia estaria no ar e Páscoa, além de todo o  lado religioso, teria a imaginação e alegria de dois menininhos, que, como seus filhos, cresceriam... Mas não seria mais a Páscoa dos ovos do supermercado, das escolhas dos ovos pelos presentes no seu recheio...

 

Seria uma Páscoa mais mágica, com encanto e sempre o  renascimento...

 

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(*) macela: chá colhido na sexta-feira santa, pela madrugada.Tradição sulina.Linda!

 

 

 

 

 

 

(*) decalques: adesivos que deviam ser colocados na água , onde lá, se soltavam as imagem que eram transferidas para o objeto, no caso aqui, os ovos cozidos e pintados, bem coloridos.

GRUPO+ESCOLAR-+TEMPO+DA+ESCOLA-+ANOS+70-+FARDAMENTO-+DESFILE+07+DE+SETEMBRO+NA+ESCOLA-+LANCHEIRA-+CADERNOS+ANTIGOS-+TABUADA-+CARTILHAS+ANTIGAS-+CADERNO+AVANTE-COLEGIAL-114.gif
















FELIZ PÁSCOA para todos!!!


Vou fazer uma pausa aqui pra curtir a chegada do filho e neto da Inglaterra.Vai ser TRI!!!

Volto após dia 17 de abril!  beijos,chica

Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 03/04/2012
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