Que Venham os Dias.
A chuva cai vorazmente, em pesadas gotas de lágrimas. Os donos lá em cima estão gastando água com a limpeza generalizada. Muita sujeira acumulada, jogada nas beiradas, há séculos, entupindo bueiros, empesteando o ambiente num fedor incomensurável, sufocando a velha de guarda-sol, com insuficiência respiratória.
Escrever manualmente, com aquela velha bic trincada, é como jogar futebol descalço num dia de chuva... Sente-se mais a vida, os “toques”... A mágica questão do simples e delicioso ato de estar aqui, Vivinho da Silva, 36 anos bem feitos, aproveitados no que há de realmente bom na vida, que é vivê-la.
Concentração e imaginação como pedras mestras... Razão de mãos dadas com o coração...
Respiração funda... Três pensamentos, três possibilidades, antes de mais nada, antes de qualquer decisão, “seguindo a canção”, sonho movido pela vontade, paciência, disciplina, controle e senso de oportunidade. E que venham os dias!
SAvok OnAitsirk, 29.4.12.