BUQUE E TUBARAO


     É ramos todos pequeninos, meus imãos, primos e eu, e um belo dia uma senhora de nome Maria, moradora do Ludovico, trouxe de presente, dois filhotes “de cachorro pé duro”; um para nossa casa e o outro para a casa da nossa avó Luzia. 

     Ficamos muito felizes e demos-lhes os nomes de Buque e Tubarão. 

    O nosso, Tubarão, com o passar do tempo teve que ser levado dentro de um saco,para não reconhecer o caminho, à serra da Vassourinha, onde passaria a viver com a família de Maria da Luz , nossa secretária doméstica. 

     Parece inacreditável, mas ele voltou sozinho, apesar de todas as precauções tomadas. Uma manhã, ao abrirmos a porta da casa, o grande amigo, saltando de alegria, abanando a cauda cumprimentava a todos alegremente. Mas a alegria durou pouco. Outro plano foi traçado com a finalidade de livrar-se do amoroso cão, mesmo sem a aprovação da meninada que não queria entender o porquê da necessidade da sua ida. Motivo justo, certamente. E desta vez ele foi para sempre. 

     Quanto a Buquê, viveu até envelhecer e morrer na casa da nossa avó, recebendo de todos os netos o carinho. 

     D. Maria, a doadora dos cães, veio depois residir em Brejo Santo, onde deu continuidade ao seu trabalho como parteira empírica, até a velhice, construindo assim um grande ciclo de amizade. Passou a ser chamada Maria do Juá pelo fato de morar no final da rua que tinha esse nome popular. 

     Com esse cognome viveu o resto da sua vida trazendo felicidade a muitos lares por sua missão e por sua alegria contagiante. 

     “Maria do Juá” nome que a acompanhou pelo resto da vida e que a imortalizou nas homenagens póstumas a ela destinada por ter ajudado a centenas ou milhares de crianças virem ao mundo.

      Estará sempre viva no coração de todos que a conheceram e que são gratos pelos serviços prestados à comunidade brejo-santense.