Mata o Velho

Desprovida de de pudores, Amália era bela e vaidosa. Pouco gostou de estudar, abandonara a escola no oitavo ano do ensino fundamental. Não sabia escrever um bilhete sem cometer graves erros de ortografia, de concordância verbal, e outros mais.

Amália o que não tinha de estudo tinha de ambição. Sonhava alto, queria muito. O máximo que havia conseguido foi um emprego de auxiliar administrativo numa clínica, logo foi transferida para a recepção - tinha pouco conhecimento para arquivar documentos, digitar prontuários, atender os clientes ao telefone. Fizera o teste para a vaga com cerca de 20 concorrentes, entre homens e mulheres. Fizera as provas, os testes, e foi aprovada pela sua beleza. O chefe de seleção não tirava os olhos de suas coxas, da bunda, dos seios e do rosto - tinha um rosto lindo, lindo de modelo internacional.

O salário não era grande coisa, mas era melhor do que nada. dava pra se vestir e pagar o aluguel do quartinho da viela em que morava, ja que a sua família morava no interior. A empresa lhe dava vale-refeição e transporte.

A conselho de uma amiga estava resolvendo ceder ás cantadas do sexagenário chefe de seleção da empresa.

- Dona Amália a cada dia mais linda...

- Obrigada seo Antenor...

- Hoje vou sair um pouco mais cedo, aceita tomar uma cervejinha?

- Desculpa, mas não bebo...

E, assim era a semana inteira. O velho a devorava com os olhos, babava. E, Amália com suas indagações e acusações vis: " este velho brocha, vai ver que nem sobe..."

-Sai com ele, sua bobinha, é viúvo, mora sozinho e ganha bem. É cheio de patrimônio, trabalha pra não ficar em casa sem fazer nada. A clínica é de um sobrinho dele.

Dizia Maria, sua colegade recepção.

-Eu vou sair com um velho? E se ele quiser morar comigo? O que eu faço na cama com ele? Trocar fralda geriátrica,talvez...

- Quer um conselho de verdade? Seja esperta, vai morar com o velho, depois de um tempo manda ele por alguma coisa no teu nome e mata o velho....

Disse a amiga soltando debochada gargalhada.

-Nossa, não sou uma assassina, não sou uma criminosa.

Então, a amiga foi mais específica. mata o velho na cama. Faz o coração dele parar de tanto fazer, entendeu?

Então, o plano foi urdido, um plano malicioso e sinistro.

Amália saiu do emprego pra ter vida de dondoca, tudo bancado pelo velho. Roupas caras, moradia em bairro nobre, uma poupança gorda, mesada semanal, e sexo , muito sexo. Sexo antes de acordar, antes de dormir, sexo no banho, sexo na madrugada, sexo até mesmo dentro do carro. A vida dos dois era sexo, so sexo.

Um mês depois, Amália aparece na clínica onde trabalhava e encontra a amiga e colega de trabalho.

-E, então, conta, matou o velho, o velho morreu?

Indagou a amiga, com entusiasmo.

- matei nada, estou é toda assada. Você me fez casar com um velho tarado que tem fogo de adolescente. Vou pedir separação, quero voltar pra clínica e pro quartinho que morava.