Thór o Rei Despótico

Eu um povoado eqüidistante no gabinete central acontece uma reunião ordinária em que estão presente os três ocupantes dos cargos mais importantes do país, o presidente Thór Robão, o Chefe da Guarda e o Ministro Puxa-Saco. A dinâmica da reunião era a mesma de sempre, todos riam e tomavam chá e contavam histórias de seus feitos na juventude, jantares em família, a peculiaridade dessa relação é que eles eram parentes, a palavra nepotismo não existia nesse povoado. No entanto a fala do ministro interrompe a corriqueira reunião.

Ministro Puxa-Saco: – Thor, meu irmão estamos a seis meses da próxima eleição temos que pensar se vamos manter os cargos, não que eu esteja insatisfeito com as várias atribuições que eu não tenho. Além do mais temos que encomendar as noticias inventando nossos feitos, produzir placas com seu rosto e os dizeres: “ O Melhor presidente de todos os tempos”

O presidente Thór está pensativo e depois de um tempo ele diz:

- Bom... Eu sô o melhor presidente que esse pais já viu. A partir de hoje decido, me faço rei. Thór o rei, soa bem, soa muito bem.

Os outros homens ficam surpresos com a abrupta decisão, mas custam a ter coragem para contestar, até que o Chefe da Guarda argumenta.

- Eu acho a idéia ótima, mas acredito que a população não vá aceitar.

Irritado Thór fala:

- Vós sóis o chefe da guarda! Ordeno reforçai a guarda e finde toda e qualquer insurreição.

O Chefe da Guarda e o Ministro Puxa Saco, estão boquiabertos com a transformação do parente. Tomado pelo vírus do poder até seu vocabulário havia mudado. Mas como ele era o mais influente dos três silenciaram sendo assim súditos de Thór.

Thór: - Ministro Puxa-Saco faça seu trabalho mais difícil dos últimos quatro anos e anote meus decretos. Primeiro esse ano acaba hoje no dia doze, teremos uma semana de festas. Vinho, pão, leite e bolinho frito pra todos. No dia vinte inicia o novo ano.

- Segundo: a taxa de impostos e os juros serão de setenta por cento.

- Terceiro: o nome favela não existe mais. As favelas chamarão mansões.

- Quarto: nenhum súdito pode demonstrar descontentamento com meu reinado.

- Quinto: nenhum homem pode pensar que é mais bonito que eu.

-Sexto: Ninguém pode contar piadas que eu não entenda.

Os decretos seguiram com as mais absurdas leis, mas notadamente Thor teve de mudar novamente seu vocabulário por ser difícil conjugar os verbos a segunda pessoa do plural.

O tempo foi passando e o que se viu foi o descontentamento geral, Thór havia feito uma tática para propagandear a si e seu país fez-los imagem da perfeição. Com promessa de obras e progresso atraiu imigrantes que ao chegarem se deparam com obras inacabadas, mas com belas fachadas e maquetes lindas. Thór impediu a população de abandonar o país, muitos foram parar nas favelas (mansões) e moravam trinta em um espaço suficiente para cinco. O descontentamento gerou um gigante protesto enquanto no gabinete segui-se a seguinte conversa:

Chefe da guarda entra correndo e diz: - Alteza, Vossa Majestade, Magnífico Thór, toda população vem gritando por democracia, parece que querem lhe depor.

Thór: - Mas você é o Chefe da Guarda! Cadê a guarda?

Chefe da guarda: Encontra-se ao lado do povo!

Thór: - Então resolva!

Chefe da guarda: - Sê ta loco o mané!

Thór: - O que?

Chefe da guarda implora: - Me rebaixa! Me demite, tire-me do cargo!

Antes que Thór possa fazer alguma coisa toda população invade seu gabinete Thór corre fora de cena e grita: - Decreto o fim do meu reinado, to indo para Espanha.

Um dos manifestantes diz: Agora todos nós mandamos, o poder é de todos!

Ministro Puxa Saco: Ta, mas de quem eu vou ter que puxar o saco? Que cargo eu vou ter agora?

Júlio Cé
Enviado por Júlio Cé em 04/06/2012
Código do texto: T3705948
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